Antônio Lopes, Ramiro Aquino e Kleber Torres são referências jornalísticas no sul da Bahia. Eles cumprem com habilidade o papel social do jornalista: dominam o idioma, bem informados, éticos. Não perseguem publicamente seus desafetos, o leitor para eles deve estar em primeiro lugar. Esta semana, na coluna “Aquino na Squina”, Ramiro publicou nota pertinente, que merece a atenção de leitores e principalmente de jornalistas: “Um movimento em favor da boa notícia é o que estamos propondo à imprensa regional e faremos o possível para dar a nossa contribuição. As más notícias, algumas necessárias, não podem se sobrepor às boas. (...) Notícia boa existe. É só procurar”. Foi uma puxada de orelha, num estilo classudo, como habitual em sua escrita e comportamento. O leitor agradece, mestre Ramiro. Eu deixei de ler com constância alguns jornais justamente pelo destaque excessivo de notícias descartáveis, pingando sangue, em grandes manchetes. Muitos leitores são seduzidos por tais notícias, mas é preciso atraí-los para um caminho menos selvagem. Nos últimos meses, enviei notícias para a mídia local sobre minha atuação cultural no Rio Grande do Norte. Nem uma nota. Não é uma questão de egocentrismo, os feitos qualitativos de um conterrâneo merecem divulgação.
A imparcialidade jornalística é impossível, e cada um escreve à sua maneira, baseado no que aprendeu e imitou e admirou. Não merece consideração o jornalista que não informa honestamente, sendo apenas a fonte de informações escolhidas com fins partidários ou mercenários. O jornalismo de outros tempos, de vocação ou destino, tornou-se uma carreira com parvas vantagens. Em vez de conhecer e dar a conhecer o mundo, profissionais de imprensa vivem à custa de magros privilégios: convites para jantares, bilhetes de shows, um belo vestido em troca de notas. Não parece mais ter importância ser bem informado. Editores/chefes de redação deveriam refletir. Quem não publica tragédias sensacionalistas, também raramente incentiva a produção positiva dos itabunenses. Gravemente, pratica relações públicas e publicidade, servindo-se do jornal para esses fins e subestimando o olho vivo do leitor. Nota-se como colunistas perderam o fôlego, transformando-se em vitrine de anúncios, sem opinião de caráter pessoal ou destaque para agentes culturais. Não sou puritano, concordo que todos devem ganhar o suado dinheirinho, mas o leitor vem sendo desprezado, predominando a ressonância comercial. A nota de Ramiro Aquino veio na hora certa, revelando as dificuldades da imprensa para lidar com o admirável mundo novo da comunicação. Ficará na história grapiúna.
A imparcialidade jornalística é impossível, e cada um escreve à sua maneira, baseado no que aprendeu e imitou e admirou. Não merece consideração o jornalista que não informa honestamente, sendo apenas a fonte de informações escolhidas com fins partidários ou mercenários. O jornalismo de outros tempos, de vocação ou destino, tornou-se uma carreira com parvas vantagens. Em vez de conhecer e dar a conhecer o mundo, profissionais de imprensa vivem à custa de magros privilégios: convites para jantares, bilhetes de shows, um belo vestido em troca de notas. Não parece mais ter importância ser bem informado. Editores/chefes de redação deveriam refletir. Quem não publica tragédias sensacionalistas, também raramente incentiva a produção positiva dos itabunenses. Gravemente, pratica relações públicas e publicidade, servindo-se do jornal para esses fins e subestimando o olho vivo do leitor. Nota-se como colunistas perderam o fôlego, transformando-se em vitrine de anúncios, sem opinião de caráter pessoal ou destaque para agentes culturais. Não sou puritano, concordo que todos devem ganhar o suado dinheirinho, mas o leitor vem sendo desprezado, predominando a ressonância comercial. A nota de Ramiro Aquino veio na hora certa, revelando as dificuldades da imprensa para lidar com o admirável mundo novo da comunicação. Ficará na história grapiúna.
17 comentários:
Visionário Futuro dos nossos sonhos, a hora e a vez do novo sempre vem, LUTEMOS por que nos resta o resto desse futuro pálido de tanto medo, pobre de tanto espírito, mas em fim lutemos com a lança e a luz de quem permanece no presente.
Li a postagem e adorei Antônio, você sabe usar as palavras certas com verdade e elegância!
Ótimo texto.
É isso aí Antônio,vc está ceto.O problema desses pequenos jornais de interior é que eles vivem na dependência das prefeituras pra poderem sobreviver e acabam praticando a chanada imprensa "marrom".Se receberem verbas públicas,tecem loas,se não,coitado do prefeito.Isso é especialmente comum em Itabuna.
Amigo Júnior, acho que vc não conhece bem a revista Folha da Praia, que circula com muita credibilidade em Ilhéus e região há 20 Anos e sempre com Boas Notícias. Esta sempre foi a nossa linha editorial. Ela é um case de sucesso e um exemplo de imprensa alternativa, independente e agradável. Seu comentário foi pertinente para alguns "colegas", mas deveria ver que temos várias exceções bem sucedidas em Ilhéus e Itabuna. Blz? Forte abraço.
Eu concordo plenamente com a publicação de Ramiro Aquino, homem do bem e que eu o admiro. Enquanto as notícias "pingando sangue" é uma realidade que não podemos fugir, é um problema nacional. Agora, como formadores de opinião temos a obrigação de tentar mostrar o outro lado, a solução, publicar ideias, contudo, o factual, é mais "vendável" por conta do alto índice de audiência nos telejornais, termina sobrepondo as boas matérias.
TIRANDO OS EXAGEROS SOBRE MINHA PESSOA AGRADEÇO SEU TEXTO QUE ME COLOCOU NO CENÁRIO NACIONAL.
GRANDE ABRAÇO,
RAMIRO
Finalmente alguém teve coragem de escrever sobre esses sanguessugas.
Sempre novidadeiro !! É o que alimenta a alma , meu caro!
Todo agradecimento é pouco!
Grande semana nova & grande abraço!!
O que mais me irrita na imprensa de Itabuna é a coluna Gente, Poder, Política. Tá sempre puxando o saco dos mesmos políticos, como se o leitor fosse otário.
Colunista de verdade é a Maria Antonieta do jornal Agora. Ela fala o que pensa sem fazer fita de boazinha.
Elaine
Que saudade dos tempos de Otoni, Pedro Ivo, Raimundo Galvão, Jorge Araújo...
Li. Concordo em gênero, número e grau. Ramiro Aquino é, com efeito, uma referência ética no campo do jornalismo. É-me gratificante tê-lo no rol dos meus amigos.
VALEU JUNIOR. A REPERCUSSÃO FOI ÓTIMA.
RAMIRO
Sou contra esse boicote do Diário Bahia em relação a sua pessoa ou a qualquer outro artista talentoso, mas infelizmente quem manda lá é o deputado "minha pedinha". O que podemos fazer é não votar nele nas próximas eleições e pedir aos familiares e amigos que também façam o mesmo.
Um colaborador do Diário Bahia
Antonio
Coincidentemente (será?)tinha lido um artigo do Carlos alberto Di Franco que critica os desvios das reportagens ao dizer que " o bom jornalista ilumina a cena, o repórter manipulador constrói a hiatória" bem como¨" a reportagem de qualidade é sempre substantiva".
Solidarizo-me com vc , Ramiro ( que foi meu colega de curso Científico no Colégio Estadual da Bahia-Central nos saudosos anos 60)e outros que travam a boa luta.
Emilio Suzart
mano, muito bom, explendido, mais tome cuidado a verdade doi muito nesta tropa de mercenários mais os comentarios postados apoiam seus pensamentos, valeu.
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