abril 26, 2012

........................................................ MEU NOVO LIVRO

capa de luana aires

 
 
Trago para o leitor o livro de contos PEQUENAS HISTÓRIAS do DELÍRIO PECULIAR HUMANO (Editora Nação Potiguar, 154 págs.), a ser lançado em 17 de maio, às 19h, no Nalva Melo Salão Café, na Ribeira (Natal, Rio Grande do Norte), entre performance artística da atriz Cláudia Magalhães, ao som de jazz e com exposição fotográfica de Morvan França inspirada na obra do pintor Francis Bacon. Pequenas histórias, por certo, apenas no nome. Nelas está toda a experiência que conquistei em andanças pelo Brasil e Europa – lugares que me possibilitaram realizar tanto meu ofício de formação quanto os de vocação. Com prefácio de Jorge de Souza Araújo, poeta e professor de Literatura Brasileira e Literatura Comparada na Universidade Federal da Bahia (UFBA), e apresentação de Ruy do Carmo Póvoas, escritor e ex-professor titular de Língua Portuguesa da Universidade de Santa Cruz (UESC), e Danielle Carvalho Crepaldi, doutorada em Teoria Literária pela UNICAMP, a obra reúne sessenta e quatro curtas histórias escritas nos últimos 10 anos e publicadas em revistas, jornais, sites e blogues. Nem por isso, contudo, são menos significativas em conjunto. No livro, o leitor encontrará a sagacidade, a argúcia, o fascínio, a emoção autêntica, a fábula e a luminosidade que caracterizam meu estilo, com personagens prontos a correrem riscos em busca da crença romântica da plena realização de suas vidas enfadonhas – seja em Portugal, Espanha, Marrocos ou Brasil. 

Dono de uma prosa em que o lúdico, a vivacidade e uma delicadeza de expressão transformam situações banais em material de ficção, reverbero nestas histórias uma evidente influência cinematográfica no ritmo e em descrições voluptuosas. Estão presentes as mitologias grega, romana e nórdica; a tragicomédia de cunho iconoclasta; o fantástico, o terror. Edgar Alan Poe, Henry Miller, Henrik Ibsen ecoam nessas histórias – alguns textualmente mencionados, o que patenteia a vertente literária à qual me inclina. No entanto, o pessimismo predominante nas relações sociais e afetivas por vezes dá as mãos ao lirismo. Em seu conjunto, os escritos de PEQUENAS HISTÓRIAS do DELÍRIO PECULIAR HUMANO oferecem ao leitor um instigante passeio literário e existencial. A obra será lançada ao longo do ano em João Pessoa, Recife, Aracaju, Salvador e São Paulo. Baiano, residindo em Natal, publiquei nove livros, entre eles, “Ficar Aqui Sem Ouvido Por Ninguém”, “ArtePalavra – Conversas no Velho Mundo” e “Se Um Viajante Numa Espanha de Lorca”.

Lançamento
PEQUENAS HISTÓRIAS do DELÍRIO PECULIAR HUMANO
de Antonio Nahud

Data:
17 de maio de 2012, às 19h

Local:
Nalva Melo Salão Café
(Av. Duque de Caxias, 110 – Térreo  do Edifício Bila, Ribeira,
Natal, Rio Grande do Norte)



abril 15, 2012

..................................................... SUBINDO por ONDE se DESCE



 
Ilustrações:
SALVADOR DALI
(1904 - 1989. Figueres / Espanha)
 
 
Amálgama de pessoas distintas, metafórico, contraditório, cúmplice, desajeitado, ambíguo, romântico, preocupado com os deserdados, selvagem e, segundo o escritor Caio Fernando Abreu, parecido com o ator John Gavin. Incapaz de lembrar razoavelmente o passado. Vivo o hoje. Canto desafinado, cozinho com paixão, digito mal, dirijo pior ainda. Choro vendo filmes sobre a II Guerra Mundial. Adolf Hitler me tira do sério. Não assisto tevê. A favor da família, da tolerância e do amor. Racistas, pedófilos, fanáticos e preconceituosos merecem exílio eterno num satélite russo. Tenho repulsa ao espírito irônico. Não entendo piadas e abomino fronteiras - o mundo deveria ser para todos. Apaixonado pela fauna e flora. Corpo fechado, geminiano, e sempre, quase sempre gentil. Medito, orações católicas, mantras budistas, incensos, sal grosso, banho de manjericão. Música, sempre: dependendo da disposição, jazz, bossa-nova, rock psicodélico, erudita, samba. Não tenho senso de direção, nunca sei o caminho de volta. Acredito em vultos, entidades, sussurros na escuridão. Subo em escadas rolantes que descem. Caminhei no Saara, dormi em aldeias perdidas nos séculos, conheço um pouco do mundo. Cavalgo com algum charme e me ajoelho diante do esplendor da visão artística. É o que me salva. Estrelas cadentes, trovões, raios, chuvarada boa: dão-me felicidade. Falo sozinho. Converso com árvores, abelhas, felinos, flores, colibris, vagalumes. Acredito em extraterrestres, sereias, dragões, anjos. Mar e rio, castelos góticos e aventuras poéticas. Anti shopping-center. Corto-me – sempre! - ao fazer a barba. Alguns homens de negócios merecem umas boas bofetadas, assim como muitos políticos. Coleciono filmes clássicos e emoções baratas aprisionadas em diários. Perfumado noite e dia. Lealdade e generosidade me comovem. Sempre manga, abacate e mamão; cebola, cominho e alho. Vinho tinto seco, de outras terras. Jogo quest, xadrez, tarôt, I Ching. Mané, zoado, polêmico, criativo, dócil, poeta: Antonio Nahud, muito prazer.