julho 27, 2024

............................ O SINAL da CRUZ: 33 CLÁSSICOS CRISTÃOS

 

 
“Não há incidente, por menor que seja,
em que não se inscreva a vontade de Deus,
como a imensidão do mar numa gota d´água”
GEORGE BERNANOS
Diálogos das Carmelitas
 
“Nunca vivi sem religião e não poderia
viver sem ela um só dia,
mas durante toda a minha vida
me organizei sem Igreja”
HERMANN HESSE
Minha Fé
 
Ilustrações:
RAFAEL SANZIO
(1483 – 1520. Urbino / Itália)

 
 
Diversos livros podem reivindicar ser o clássico cristão por excelência. Há muitos candidatos ao título. Posso sugerir a obra-prima de Santo Agostinho, “Confissões”, ou a “Summa Theologica” de São Tomás de Aquino, ou talvez “A Imitação de Cristo”, de Tomás de Kempis. E incluindo obras de ficção, temos “A Divina Comédia” ou “Paraíso Perdido”. E quanto aos modernos, como “O Homem Eterno”, de Chesterton; “Cartas de um Diabo a seu Aprendiz”, de C. S. Lewis, ou “A Última Tentação”, de Kazantzakis? Esses livros, entre outros, podem disputar o título do maior clássico cristão, e todos eles valem muito a pena serem lidos.
 
O cristianismo é uma das principais crenças da humanidade, influenciando em vários aspectos a nossa curta e misteriosa vida. Por essa razão, não é surpresa o fato de que existe uma vasta literatura acerca desse tema tão importante, livros voltados para o público que almeja conhecer mais a fundo suas características religiosas. Sendo assim, há publicações de ficção que possuem um viés cristão, bem como outras de perfil religioso, filosófico e histórico. São de autores que influenciaram o mundo com seus escritos e que, século após século, conquistam leitores em função da riqueza dos seus pensamentos.
 
A fé pode expandir a mente humana e garantir escolhas mais éticas. Para alimentar essa crença, acompanho estudos, testemunhos e relatos literários, assimilando ensinamentos. Os livros são grandes aliados na busca do conhecimento espiritual. Celebrando JESUS de NAZARÉ, que foi crucificado, morto e sepultado aos 33 anos, selecionei 33 livros indispensáveis para a leitura cristã. Não é à toa que eles não param de ser editados, pelo muito que têm a contribuir, já que oferecem uma singular reflexão acerca da vida, do homem e da eternidade. Que tal conhecer sobre esses patrimônios da literatura? Vamos lá?
 

01
BARRABAS
(Barabbas, 1950)

de Pär Lagerkvist
(1891 – 1974. Växjö / Suécia)

 
Criminoso tem a vida trocada pela vida de Jesus de Nazaré, crucificado na colina do Gólgota. O romance explora o interior dessa figura bíblica após sua libertação. Ele é condenado a não ter Deus. O sueco Lagerkvist escreveu poesia, romances, peças de teatro, contos e ensaios. Recebeu o Nobel de Literatura em 1951 “pelo vigor artístico e pela independência de espírito com que se esforça em sua literatura para encontrar respostas para as eternas questões que a humanidade enfrenta”.
 
02
BEN-HUR: uma HISTÓRIA dos TEMPOS de CRISTO
(Ben-Hur: a Tale of the Christ, 1880)
 
de Lew Wallace
(1827 – 1905. Brookville, Indiana / EUA)

A saga de Judá Ben-Hur, um nobre judeu injustamente condenado às galés – uma forma brutal de escravidão em que prisioneiros eram forçados a remar em navios de guerra romanos. Adotado por um comandante, ele retorna à Judeia em busca de vingança e para salvar sua família, que descobre estar condenada à lepra. Sua jornada é marcada por encontros com Cristo, misturando eventos históricos com traição, vingança, redenção e fé.
 
Wallace, que era ateu convicto, começou a escrever a obra com o objetivo de refutar a divindade de Cristo e contestar o cristianismo. Estudando os Evangelhos e a história do cristianismo, foi a fundo, encontrando evidências e argumentos que o levaram a reconsiderar suas opiniões e se converter ao cristianismo. Sua criação mais famosa reflete essa transformação pessoal, entrelaçando eventos bíblicos e a influência de Cristo.
 
03
A CANÇÃO de BERNADETTE
(The Song of Bernadette, 1941)

de Franz Werfel
(1890 – 1945. Praga / Tchéquia)

 
A história real de uma camponesa de Lourdes, na França, que teve visões da Virgem Maria. As aparições começam em 1858, quando uma bela senhora que afirma ser a Santa aparece para ela em uma gruta, resultando em descrença, o assédio das autoridades e o ceticismo do clero. Foi escrito para cumprir a promessa que o autor fez em Lourdes em 1940, enquanto tentava escapar dos nazistas: se ele e sua esposa alcançassem os Estados Unidos, escreveria a história de Bernadete, que foi canonizada em 1933.
 
04
CARTAS de um DIABO a seu APRENDIZ
(The Screwtape Letters, 1942)

de C. S. Lewis
(1898 – 1963. Belfast / Reino Unido)


Clássico romance de conflito espiritual de Lewis e uma de suas obras mais célebres. São trinta e uma cartas escritas por um demônio chamado Screwtape para seu sobrinho, Wormwood (em homenagem a uma estrela do Apocalipse), um demônio mais jovem e menos experiente, encarregado de guiar um homem em direção ao “Nosso Pai Abaixo” (Diabo/Satanás) e longe do “Inimigo” (Deus). As cartas foram publicadas originalmente no periódico anglicano “The Guardian”, em 1941.
 
05
CASTELO INTERIOR ou As MORADAS
(Castillo Interior o Las Moradas, 1577)

de Santa Teresa d’Ávila
(1515 – 1582. Ávila / Espanha)

 
Último livro escrito pela freira carmelita descalça. Na ocasião, tinha problemas de saúde e era mal vista pela Inquisição. Considerado sua obra-prima, e um dos ápices do misticismo cristão. Trata-se de um guia para o desenvolvimento espiritual através da fé e da oração. Inspirada na sua visão da alma como um diamante em forma de castelo, dividido em sete moradas, a obra é concebida como o progresso da fé em sete etapas. Nesta alegoria da vida espiritual, ensinamentos raros e poderosos de orientação divina.
 
06
As CHAVES do REINO
(The Keys of the Kingdom, 1941)

de A.J. Cronin
(1896 – 1981. Cardross / Reino Unido)

 
Abrangendo seis décadas, conta a história de um padre católico escocês que luta para estabelecer uma missão na China. Atormentado por uma tragédia em sua juventude, enfrenta muitos anos de dificuldades, pontuadas pela fome, peste e guerra na província chinesa para a qual foi designado. Através de uma vida guiada pela compaixão e pela tolerância, ele conquista o respeito dos chineses – e de colegas clérigos que desconfiaram dele – com os seus modos bondosos e corajosos. Foi transformado em filme de 1944.
 
07
A CIDADE de DEUS
(De Civitate Dei,426 d.C.)

de Santo Agostinho de Hipona
(354 d.C. - 430 d.C. Tagaste / Argélia)

 
Um dos primeiros livros que visam a reflexão e compreensão do mundo e tudo que nele existe, por meio da fé cristã. Traz a reflexão da fé e que apenas por meio dela, o homem consegue viver com verdadeira libertação. Descreve o mundo, dividido entre o dos homens (o mundo terreno) e o dos céus (o mundo espiritual), tratando dos mais variados e complexos assuntos que sempre apaixonaram e torturaram o espírito humano. Teria sido a obra preferida do imperador Carlos Magno.
 
08
CONFISSÕES
(Confessiones, 397 - 401)

de Santo Agostinho de Hipona
(354 d.C. - 430 d.C. Tagaste / Argélia)

 
Um dos grandes livros, aqueles tomos seminais, tanto cristãos quanto não cristãos, que formam a própria base do cânone ocidental. O autor, um bispo, é uma das figuras exponenciais da história da Igreja e da tradição cultural do Ocidente. Um dos teólogos e filósofos mais destacados do cristianismo, ele influenciou não só o pensamento católico, mas também a Reforma Protestante. Esse livro foi o primeiro a explorar amplamente os estados interiores da mente humana e o relacionamento mútuo entre graça e livre-arbítrio.
 
09
CRISTIANISMO PURO e SIMPLES
(Mere Christianity, 1952)

de C. S. Lewis
(1898 – 1963. Belfast / Reino Unido)

 

Considerado um dos livros mais influentes do pensamento cristão, foi adaptado de uma série de palestras transmitidas pela BBC num programa de rádio entre 1941 e 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. O objetivo era explicar a fé cristã de uma maneira simples e clara, dando origem ao livro que consiste em argumentos que justificam a existência de Deus, e como sua influência cria uma noção de ética e moralidade. Assim, o autor apresenta elementos da visão cristã e conduz a temas profundos e complexos.
 
10
A DIVINA COMÉDIA
(La Divina Commedia, 1472)

de Dante Alighieri
(1265 – 1321. Florença / Itália)

 

Um dos maiores clássicos da literatura universal. Neste poema épico, um dos textos fundadores da língua italiana, o autor apresenta uma jornada pelo tormento infinito do Inferno e a árdua subida da montanha do Purgatório até o glorioso reino do Paraíso. Alighieri, também personagem guiado pela alma do poeta Virgílio, funde sátira, inteligência e paixão em uma alegoria cristã imortal sobre a busca da humanidade pelo autoconhecimento e pela transformação espiritual.
 
11
FABÍOLA ou a IGREJA das CATACUMBAS
(Fabiola or, the Church of the Catacombs, 1854)

de Nicholas Patrick Wiseman
(1802 – 1865. Sevilha / Espanha)

 
No argumento, a perseguição à igreja cristã e aos seus mártires na Roma imperial, sob o olhar de uma jovem e culta nobre. Inicialmente, alimentada por boatos e calúnias, preconceituosa em relação aos cristãos, ela termina por constatar que os que mais admirava são, em segredo, cristãos. Em seu caminho rumo à conversão, enfrenta duras diversidades. O romance traduz a coragem e o sacrifício, mas também a angústia e o medo dos primeiros cristãos no complicado século IV.
 
12
FILOTEIA - INTRODUÇÃO à VIDA DEVOTA
(Introduction à la Vie Devote, 1619)

de São Francisco de Sales
(1567 - 1622. Castelo de Sales / França)

 
Ao longo da obra, dividida em cinco partes, o santo doutor da igreja descreve os exercícios espirituais necessários para progredir no amor a Deus e nas virtudes. Além disso, aconselha a respeito do combate às tentações e de como valer-se da oração e dos sacramentos para elevar a alma, mostrando que a vida devota não deve ficar apenas circunscrita aos mosteiros e casas religiosas, mas ser também uma realidade e, ainda mais, a essência das circunstâncias diversas de todos os fiéis.
 
13
O GRANDE AMIGO de DEUS
(Great Lion of God, 1970)

de Taylor Caldwell
(1900 – 1985. Manchester / Reino Unido)

 
A vida de São Paulo. A autora britânica dedicou anos de estudo intenso para escrevê-lo. Ela se preocupou com a individualidade do protagonista, como ser humano e como santo, aliada a tudo aquilo que o influenciou como cidadão e advogado romano, e como judeu fariseu de grande sabedoria, inteligência e fé duradoura. Expõe também São Paulo como um homem comum, com os próprios desesperos, com suas angústias, dúvidas, raivas e intolerâncias ao longo de uma vida repleta de viagens missionárias. Retrata todo um período da Era Bíblica e o drama pungente de um homem que se tornou lenda, se tornou santo.
 
14
O HOMEM ETERNO
(The Everlasting Man, 1925)

de G. K. Chesterton
(1874 – 1936. Londres / Reino Unido)

 
A história da humanidade contada a partir de duas particularidades que se complementam: a criatura chamada homem e o homem chamado Cristo. Com seu raciocínio envolvente e provocativo, aponta para os críticos da religião e para os críticos do cristianismo. Para o autor, a visão míope do ateísmo impede que se compreenda a fascinante ação de Deus na história. Dividido em duas partes, traça um esboço da real diferença que se instaurou na humanidade quando ela se tornou cristã.
 
15
A IMITAÇÃO de CRISTO
(L'imitation de Jésus-Christ, 1441)

de Tomás de Kempis
(1380 - 1471. Kempen / Alemanha)

 
Enfatiza a espiritualidade, afirma a comunhão como prática para fortalecer a fé e encoraja uma vida pautada no exemplo de Cristo. Produzido no final da Idade Média, reflete o ambiente monástico da época e traz instruções a respeito da vida devocional à luz das novas ênfases da Devotio Moderna (movimento que ocorreu entre os séculos 14 e 16, o qual priorizava a vida interior). Nele, o autor propõe a imitação de Cristo como padrão de conduta, fé, moral, ética, relacionamentos e negócios. Através de uma valiosa coleção de conselhos em forma de sentenças práticas e facilmente memorizáveis.
 
16
O MANTO de CRISTO
(The Rope, 1942)

de Lloyd C. Douglas
(1877 – 1951. Columbia City, Indiana / EUA)

  
Ministro da Igreja Luterana, além de escritor voltado para a religião, Douglas dedicou sua vida aos estudos bíblicos e históricos. Ao fim de 30 anos de pesquisa, realizou com êxito a combinação de verdade e ficção, através desse romance, sua obra mais importante. Reconstitui o período seguinte a crucificação de Jesus Cristo, e dos primórdios do cristianismo, tendo por base o imaginário destino da túnica de Cristo.
 
17
MÉDICO de HOMENS e de ALMAS
(Dear and Glorious Physician, 1958)

de Taylor Caldwell
(1900 – 1985. Manchester / Reino Unido)

 
A história de uma das figuras mais importantes da igreja cristã primitiva. A autora pesquisou a vida e as obras de São Lucas durante anos, e as descreve num livro rico em detalhes históricos. Lucano, ou Lucas, o único apóstolo que não era judeu, nunca viu Cristo, e tudo o que escreveu em seu Evangelho foi adquirido por meio de testemunhos da mãe de Cristo, dos discípulos e dos apóstolos. Ele foi, antes de tudo, um grande médico, e quase todos os acontecimentos narrados neste livro são autênticos. É a história da peregrinação através do desespero e das trevas da vida, do sofrimento e da angústia, da dúvida e do cinismo, da rebelião e da desesperança até a compreensão de Deus.
 
18
MINHA FÉ
(Mein Glaube, 1952)

de Hermann Hesse
(1877 - 1962. Calw / Alemanha)

 
Narra as origens da espiritualidade do autor e separa claramente a religião da fé. Os sentimentos de admiração que nutriu quando jovem, pela Igreja Romana, em contraste com as igrejas protestantes, em cuja convivência foi criado, sem tradição autêntica. Segundo Hesse, essa admiração pela Igreja Católica só se manteve à distância. Quando me aproximo, diz ele, cheira muito a sangue e política, como todas as instituições. Ele também afirma que a atmosfera pietista dos protestantes o influenciou fortemente, assim como a religião hindu. No escritor alemão coexistiram o cristianismo e o hinduísmo, e esta dupla influência é revelada numa das suas obras mais lidas, “Sidhhartha”.
 
19
NARCISO NEGRO
(Black Narcissus, 1939)

de Rumer Godden
(1907 – 1998. Eastbourne / Reino Unido)

 
Sob a orientação de jovem madre superiora, cinco irmãs europeias Servas de Maria dirigem-se para a remota Mopu, no sopé das montanhas do Himalaia. No palácio abandonado onde um general indiano alojou o seu harém, elas esperam estabelecer uma escola e um posto de saúde, ajudando a combater a superstição, a ignorância e as doenças entre os desconfiados nativos da vila mais próxima. Mas o isolamento e a beleza deslumbrante deste lugar afetam as freiras. E os seus fardos revelam-se pesados ​​para serem suportados, expondo uma humanidade vulnerável que ameaça minar as melhores intenções.
 
20
NOITE ESCURA da ALMA
(La Noche Oscura del Alma, séc. XVI)

de São João da Cruz
(1542 – 1591. Fontiveros / Espanha)

 
De dentro da cadeia, iluminado somente pela lua, um frade carmelita escreveu um dos poemas de maior êxito da tradição mística católica. Neste texto em versos, ele narra a jornada da alma desde a sua morada carnal até a união com Deus. Para explicar o poema, que, na verdade, foi deixado inconcluso, o autor escreveu um livro. Duas são as partes dele: purificação dos sentidos e purificação do espírito, descrevendo o que ocorre com as almas que veredam pelo caminho de perfeição em direção ao amor místico.
 
21
ORTODOXIA
(Orthodoxy, 1908)

de G. K. Chesterton
(1874 – 1936. Londres / Reino Unido)

 

Um clássico escrito arguto, sutil e envolvente. Numa época em que a Europa dava os primeiros passos para tornar-se uma sociedade pós-cristã, Chesterton, cansado do cinismo reinante e do fascínio despertado por novas ideias, resgata o núcleo da fé cristã como arcabouço suficiente para dar sentido à humanidade. Ao contar sua jornada espiritual, ele faz saber que o socialismo, o relativismo, o materialismo e o ceticismo estão longe de responder às questões existenciais mais profundas.
 
22
PARAÍSO PERDIDO
(Paradise Lost, 1667)

de John Milton
(1608 - 1674. Londres / Reino Unido)

 
Nesta obra-prima épica, o poeta inglês narra a rebelião de satã contra Deus, a Criação do Mundo e a Queda do Homem pela desobediência de Adão e Eva no Jardim do Éden. Satã carrega o inferno dentro de si. Seu sofrimento é o excesso de consciência individual, e não importa aonde vá, leva o inferno em seus pensamentos. Republicano e libertário, anticlerical e religioso, Milton foi um dos maiores poetas de língua inglesa de todos os tempos. Começou a escrever essa obra quando tinha 50 anos e já estava cego. Por causa de seus pronunciamentos políticos, vivia de modo precário, fugindo das perseguições do rei Charles II. Uma das interpretações desse livro é de que seria contra a tirania, fosse ela a de um rei ou de Deus.
 
23
O PEREGRINO– a VIAGEM do CRISTÃO à CIDADE CELESTIAL
(The Pilgrim's Progress, 1678)

de John Bunyan
(1628 – 1688. Elstow / Reino Unido)

 
Cheio de emoção e suspense, narra a viagem de um peregrino espiritualmente abatido rumo à Cidade Celestial. No decorrer da aventura, se encontra com personagens que possuem nomes alegóricos, tais como Evangelista, Adulação, Malícia, Apoliom e Vigilância. Passa por lugares sombrios e medonhos, como o Desfiladeiro do Desespero, o Pântano da Desconfiança, a Feira das Vaidades e o Rio da Morte. Surge em cada encruzilhada um novo desafio que ameaça sua chegada ao destino final. O enredo mescla-se à interpretação simbólica, e o resultado é uma incrível experiência literária e espiritual.
 
24
O POBRE de DEUS
(Saint Francis, 1954)

de Nikos Kazantzakis
(1883 – 1957. Iráklio / Grécia)

 
A vida de São Francisco de Assis (1182 - 1226), o abastado filho de comerciante italiano que abandona a vida mundana, casa com a pobreza e se transforma em uma das maiores personalidades religiosas da humanidade. Este romance foi concebido pelo maior escritor grego do século XX, Nikos Kazantzakis. Com sua literatura, ele terminaria por provocar a ira da Igreja católica e a excomunhão da Igreja ortodoxa.
 
25
PRÁTICA do CRISTIANISMO
(Indøvelse i Christendom, 1850)

de Søren Kierkegaard
(1813 – 1855. Copenhage / Dinamarca)

 
Publicado sob o pseudônimo Anti-Climacus. Kierkegaard considerava que era o seu livro mais perfeito e verdadeiro. Nele, o filósofo explora a sua concepção do indivíduo religioso, a necessidade de imitar Cristo de modo a alguém se tornar num verdadeiro cristão, e a possibilidade da ofensa quando em face do paradoxo da encarnação. É considerado como uma crítica explícita à ordem estabelecida da cristandade e a necessidade de o cristianismo ser (re)introduzido na cristandade.
 
26
QUO VADIS: ROMANCE do TEMPO de NERO
(Quo Vadis: Powieść z Czasów Nerona, 1896)

de Henryk Sienkiewicz
(1846 – 1916. Wola Okrzejska / Polônia)

 
Na época do imperador Nero, a narrativa do autor polaco tem como pano de fundo a perseguição que se abateu sobre os cristãos, após o grande incêndio de Roma. Centra-se na história de amor entre duas pessoas que pertencem a mundos diferentes, um comandante militar e uma cristã. Misturando personagens históricos e fictícios, tornou-se um best-seller durante décadas e foi adaptado seis vezes ao cinema.
 
27
O REINO de DEUS ESTÁ DENTRO de VÓS
(Tsarstvo Bozhiye Vnutri Vas, 1894)

de Leon Tolstoi
(1828 – 1910. Yasnaya Polyana / Rússia)

 

Em sua busca por respostas às questões mais centrais da existência, o genial autor russo redescobre a fé e experimenta um despertar espiritual. Fugindo da dogmática ortodoxa e da rigidez legalista, ele percebe a grandeza da fé na vida de pessoas simples. Neste registro fornece valiosos insights sobre a experiência humana da dúvida, do desespero e dos questionamentos sobre o sentido da vida.
 
28
As SANDÁLIAS do PESCADOR
(The Shoes of the Fisherma, 1963)

de Morris West
(1916 – 1999. St Kilda / Austrália)

  
A história de arcebispo ucraniano que lutou contra o nazismo e sofreu com o stalinismo antes de ser papa. Conhecendo a realidade sobre a qual escreve – West foi seminarista e correspondente no Vaticano –, o autor desvenda as manobras políticas para a escolha do sumo pontífice e faz reflexões sobre o catolicismo.
 
29
SANSÃO, o NAZIREU
(Samson Nazorei, 1926)

de Vladimir Ze'ev Jabotinsky
(1880 – 1940. Odessa / Ucrânia)

 
Esse romance histórico, que transcorre na época bíblica, descreve uma figura mítica de modo realista. Dotado de uma força sobre-humana que foi usada para salvar Israel do poder dos filisteus, o protagonista abençoado por Deus termina traído por sua sedutora amante. Maior realização literária do escritor e poeta judeu ucraniano, foi publicado pela primeira vez em russo e posteriormente traduzido para o hebraico, inglês e alemão. Reflete muito de sua filosofia da história judaica. Em 1949, fez grande sucesso no cinema.
 
30
SANTA JOANA
(Saint Joan, 1923)

de George Bernard Shaw
(1856 – 1950. Portobello, Dublin / Irlanda)

 
Decidida por inspiração divina a salvar a França do domínio inglês, camponesa veste armadura de guerreiro e parte para a frente de batalha. Mas não escapa da inquisição e da morte na fogueira. Uma de peças mais conhecidas do dramaturgo irlandês. Publicada não muito tempo depois da celebrada canonização de Joana d'Arc, dramatiza o que se sabe de sua vida com base nos registros de seu injusto julgamento.
 
31
SOB o SOL de SATÃ
(Sous le Soleil de Satan, 1926)

de George Bernanos
(1888 – 1948. Paris / França)

 
O primeiro romance de um dos grandes escritores do século XX. Em meio a uma sociedade devorada pelo mal, um padre conduz o seu ministério em uma humilde paróquia. Ele é tocado no coração pelo desespero de uma adolescente assolada pelo mal. Por reconhecer na jovem uma alma fraterna, compromete sua vida para tentar redimi-la. Essa luta cheia de angústias o levará ao caminho da santidade. Neste romance, Bernanos manifesta o seu “magnífico dom de tornar natural o sobrenatural”, como disse François Mauriac.
 
32
SUMA TEOLÓGICA
(Summa Theologiae,1265-1273)

de São Tomás de Aquino
(1225 - 1274. Abadia de Fossanova / Itália)

 
Escrito com o propósito de fazer uma apresentação sucinta da doutrina sagrada aos iniciantes em Teologia, tornou-se referência indispensável também aos mais exímios filósofos e doutores da Igreja. Reúne tratados filosóficos, religiosos e místicos. Dividido em vários volumes, permanece como um dos mais relevantes escritos do cristianismo. O autor foi um frade católico cujas obras tiveram enorme influência na teologia e na filosofia, principalmente na tradição conhecida como Escolástica.
 
33
A ÚLTIMA TENTAÇÃO  
(O Telefteos Pirasmos, 1952)

de Nikos Kazantzakis
(1883 – 1957. Iráklio / Grécia)

 
O combate entre corpo e alma, ou espírito e carne, ou divindade e homem é um dos pilares da obra de Kazantzakis. Reconstruindo a trajetória de Jesus de Nazaré, cuja vida, mais que qualquer outra, mudou a história da humanidade, o autor leva esse conflito à consequência mais radical: Jesus viveu as angústias, dúvidas e fraquezas dos homens e teve de enfrentar, até o último instante, a grande Tentação, que seria levar uma vida comum. O seu Cristo é um ser humano passional que se colocou numa missão, com um significado que ele luta para compreender e que exige que enfrente sua consciência e emoções, e que acaba no sacrifício de sua própria vida para o seu cumprimento. 
 

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