maio 07, 2025

..................................... A COBRA FUMOU: o BRASIL na GUERRA





Compelidos pela brutalidade da agressão nazista, 
oporemos uma reação que há de servir de exemplo 
para os povos agressores e bárbaros que violentam 
a civilização e a vida dos povos pacíficos.
OSVALDO ARANHA
(1894 – 1960. Alegrete / Rio Grande do Sul) 
ministro das relações exteriores
18 de agosto de 1942
 
Naqueles nove meses perdi uma parte 
da minha mocidade, ou o que restava dela. 
A guerra é nojenta, e o que ela nos tira, 
quando não nos tira a vida, 
nunca mais devolve.
JOEL SILVEIRA
(1918 – 2007. Lagarto / Sergipe)
correspondente de guerra
dos “Diários Associados”
 
para meu saudoso pai Antônio,
como eu, fã de filmes e séries 
sobre a Segunda Guerra Mundial
 
 
80 ANOS DEPOIS
 
Em todos os cursos fundamental, médio e superior que fiz, nunca um professor falou sobre a FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA - FEB, que defendeu a democracia na península italiana combatendo o nazifascismo. Mais um pedaço da nossa gloriosa História apagada pela esquerda anti-militar. Soube pela primeira vez da participação tupiniquim na Segunda Guerra Mundial, em 2006, viajando com amigos portugueses pela Alemanha, Áustria e Itália. Na Toscana, passamos uma noite em um albergue na cidade de Pistoia. Em um restaurante, ao ouvir o idioma português, um moço veio à nossa mesa. Italiano, parecido com o ator Franco Nero, apresentou-se como professor de História, estava escrevendo livro sobre batalhas da última grande guerra. Falou-nos da cooperação brasileira na Batalha de Castelnuovo e dos soldados brasileiros enterrados no Cemitério de Pistoia. Impressionado, ao amanhecer fui ao campo-santo, mas os corpos tinham sido transferidos para o Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, permanecendo placas com os seus nomes.
 
Na comuna Gaggio Montano, região da Emília-Romanha, província de Bolonha, encontramos um monumento imortalizando os caídos da FEB. Nova incontrolável emoção. Depois dessas férias, eu que sempre tive uma estranha atração pela Segunda Guerra Mundial, adquiri livros e passei a estudar nossa atuação no terrível conflito mundial. Tudo começou no final da década de 30, o Brasil vivia o Estado Novo, ou seja, o regime autoritário do gaúcho Getúlio Vargas. O Congresso havia sido fechado, os partidos extintos e o presidente governava com o apoio dos militares. Existia, porém, um clima de iminente guerra no ar e as potências mundiais se preparavam para um inevitável embate. Subitamente, em 1 de setembro de 1939, a Segunda Guerra Mundial foi iniciada com a Alemanha invadindo impiedosamente a Polônia. Ela aconteceu entre 1939 e 1945, travada entre dois blocos: o Eixo, que contava com Alemanha, Itália e Japão; e os Aliados, cujas principais forças eram Reino Unido, União Soviética e França, aos quais os EUA se uniriam em 1941. 
 
getúlio vargas e roosevelt em natal (RN)
O Brasil fazia o papel de um país neutro, sem adotar qualquer postura sobre quem apoiar ou a que lado se juntar, já que se relacionava comercialmente com ambos os lados. Com os alemães, havia, por exemplo, tratados comerciais de algodão, couro e tabaco. Já com os norte-americanos, envolvia café, manganês e alguns frutos. No entanto, muitos militares e membros do governo, incluindo o próprio Getúlio Vargas, eram simpáticos à Alemanha nazista e à ideologia fascista. Em dezembro de 1941, o ataque surpresa à Pearl Harbor, no Havaí, registrou 2330 mortes. Esse massacre japonês foi decisivo para que o conflito tomasse novos rumos. Os Estados Unidos declararam guerra contra o Eixo e, pouco tempo depois, já estavam em batalha na Europa. O bombardeamento também foi decisivo para o Brasil. Vargas se solidarizou com as vítimas enviando nota para o presidente Franklin D. Roosevelt. Essa nota fez com que os países dialogassem sobre o nosso desejo da construção de uma siderúrgica e o interesse norte-americano pelo litoral nordestino, devido a sua proximidade com a África.
 
A VINGANÇA de ADOLF HITLER
 
O governo brasileiro anunciou a possibilidade da parceria com os EUA. A notícia não deixou os alemães nada contentes e fez o embaixador da Alemanha no Brasil, Kurt Prufer, declarar que o nosso país estava em estado de guerra latente com o Eixo. A retaliação de Adolf Hitler não demorou e, na madrugada de 16 de fevereiro de 1942, o vapor Buarque, do Lloyd Brasileiro, que navegava no Caribe, próximo a Curaçao, com destino a Nova York, transportando 74 tripulantes e 11 passageiros, foi torpedeado pelo submarino nazista U-432. O violento impacto, seguido de uma forte explosão, fez a embarcação afundar, matando um dos ocupantes. Dois dias depois, era torpedeado o Olinda, nas proximidades de Norfolk, nos EUA, também pelo mesmo submarino. A embarcação foi colocada a pique com tiros de canhão. Entre 14 e 25 de fevereiro, na Filadélfia, nos EUA, indo para a Paraíba, o Cabedelo desapareceu misteriosamente, levando consigo os 54 homens de sua tripulação. Anos depois, soube-se que havia sido afundado pelo submarino italiano Leonardo Da Vinci.
 
Essa série de naufrágios de navios mercantes brasileiros por submarinos dos países do Eixo, numa ofensiva idealizada pelo próprio Hitler, visava isolar o Reino Unido, impedindo-o de receber suprimentos (equipamentos, armas e matéria-prima) do continente norte-americano e intimidar o Brasil a se manter na neutralidade. Em 7 de março, o cargueiro Arabutan foi afundado ao largo da costa da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, pelo U-155, morrendo no ataque o enfermeiro de bordo. Dois dias depois, o vapor Cairú foi atacado pelo submarino U-94 quando navegava ao largo de Nova York. Dos 75 tripulantes e 14 passageiros que estavam a bordo, perderam a vida 47 tripulantes e seis passageiros. No Dia do Trabalho de 1942, seria afundado pelo U-162 o Parnaíba, quando navegava próximo à Ilha de Trinidad & Tobago, no Caribe. Da sua tripulação de 72 homens, sete acabaram perecendo. Em 18 de maio, houve o primeiro ataque nas águas do Atlântico Sul: o navio Comandante Lira foi atacado pelo submarino italiano Barbarigo, morrendo dois homens. 
 
No dia 24, o navio Gonçalves Dias foi atacado pelo U-502 ao sul do Haiti, morrendo 6 tripulantes. Em 1º de junho, foi torpedeado pelo U-156 o navio Alegrete, quando navegava entre as Ilhas de Santa Lúcia e São Vicente, no Caribe, não fazendo vítimas. O Pedrinhas seria o próximo afundado nas costas de Porto Rico em 26 de junho, pelo submarino U-203, não fazendo também nenhuma vítima. Um mês depois, em 26 de julho, o Tamandaré foi afundado pelo U-66 nas proximidades da Ilha de Trinidad & Tobago, no Caribe, e quatro tripulantes morreram. O submarino alemão U-159 foi o responsável em 5 de junho pelo afundamento de dois outros navios nossos, um deles não identificado, e o outro o Paracuri, que navegavam em águas do Atlântico Norte. No dia 28 de julho o navio Barbacena foi afundado pelo U-66 nas proximidades de Port of Spain, no Caribe. Seis pereceram. Nesse mesmo dia o U-66, faria outra vítima: o Piave, que navegava a 100 milhas de Barbados, no Caribe. Um tripulante morreu.
 

FÚRIA no MAR
 
O mês de agosto de 1942 seria o mais trágico na história da marinha mercante brasileira: cinco navios foram afundados, entre Sergipe e Bahia, pelo mesmo submarino nazista, o U-507, sob o comandado do capitão Harro Schacht. Foram vitimadas 607 pessoas, entre tripulantes e passageiros. Em 15 de agosto atacaram dois navios de passageiros: o Baependi e o Araraquara. No naufrágio da primeira embarcação morreram 55 tripulantes e 215 passageiros. Foi a maior tragédia em número de vítimas envolvendo um navio nacional. No segundo, vitimados fatalmente 66 tripulantes e 65 passageiros. No dia seguinte, 16, o navio Aníbal Benévolo afundou matando 67 tripulantes e os 83 passageiros. Em 17 de agosto, mais duas embarcações atacadas pelo submarino nazista U-507, o Itagiba e o Arará. No Itagiba, 10 tripulantes e 26 passageiros morreram. O Arará, quando socorria o Itagiba, foi atacado pelo U-507, perecendo 20 tripulantes. O U-507 faria mais uma vítima no dia 19 de agosto: a barcaça Jacira afundada a tiros de canhão, a 10 milhas de Itacaré, no sul da Bahia.
 
O fim do U-507 ocorreu quando foi afundado em 13 de janeiro de 1943, no Ceará, por um avião Catalina norte-americano do Esquadrão VP-83, sediado na Base Aérea de Natal. Não houve sobreviventes de sua tripulação de 54 homens. Esse submarino, em seus 15 meses de operação, afundou 20 navios mercantes. Os ataques aos navios brasileiros em nossa costa provocaram indignação e revolta geral na população. Milhares de pessoas foram para as ruas de várias cidades protestando contra os afundamentos que resultaram nas mortes de centenas de vítimas. No Rio de Janeiro ocorreram passeatas e comícios exigindo o revide por parte do governo federal. Instalações como bancos e empresas ligadas aos países do Eixo foram vandalizadas, e imigrantes e descendentes de alemães e italianos ameaçados pela turba furiosa. Os ataques alcançaram 31 embarcações, entre navios de carga, petroleiro e de passeio, somando cerca de 1055 vidas brasileiras perdidas. Esse episódio, enfim, foi o ponto decisivo para que o Brasil pudesse, de fato, entrar na guerra.
 
Em 31 de agosto de 1942, declaramos guerra contra os países do Eixo, numa resposta de Getúlio Vargas à pressão da povo. O afundamento de navios mercantes brasileiros, especialmente o incidente com o navio Baependi, despertou a ira da opinião pública. Sob aclamação popular, através do ministro das Relações Exteriores Osvaldo Aranha, oficializou-se o rompimento das relações diplomáticas e comerciais com a Alemanha, Itália e o Japão. Pouco tempo depois, as autoridades começaram a planejar a ida para a Europa para “vingar os mortos”. Mas mesmo com a declaração de guerra, os brasileiros não estavam prontos para o combate e começaram a aparecer alguns problemas. O Exército não tinha equipamentos nem homens suficientes para enviar à guerra. Portanto, foi necessário um preparo para que pudesse combater. Após diversas reuniões, incluindo a participação do Brasil na conferência de Casablanca, no Marrocos, e o encontro do presidente dos Estados Unidos da América, Franklin D. Roosevelt, com Getúlio Vargas em Natal, no Rio Grande do Norte, ficou acertado como seria a nossa contribuição na guerra.
 
Foram feitos os acordos que criariam a FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA, bem como – em contrapartida – garantiram recursos para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O Brasil cedeu locais para bases aéreas e navais aos Aliados, especialmente em Natal, que se tornou um ponto estratégico para o abastecimento e operações militares, e se comprometeu a fornecer borracha e outros insumos da Amazônia. Os norte-americanos montaram sua base potiguar, que ganhou o apelido de “Trampolim da Vitória”. Com isso, o Brasil teve algumas vantagens, como a vinda da primeira fábrica da Coca-Cola, para servir aos soldados acostumados a consumir a bebida. Além disso, estrelas hollywoodianas - como Humphrey Bogart, Carmen Miranda, Orson Welles, Bette Davis, Joel McCrea, Kay Francis, Carole Landis, Jeanette MacDonald, Nelson Eddy, Paulette Goddard, Fredric March, Don Ameche, Franchot Tone e a Orquestra de Tommy Dorsey -, entre outros atores, cantores e músicos, vieram ao Rio Grande do Norte divertir as tropas.
 
Para a missão de se juntar aos Aliados na guerra foi aberto o alistamento voluntário. Havia no país 2,5 milhões de homens em idade militar. Pouco mais de 0,1% deste contingente se alistou e a maior parte foi reprovada nos exames. A solução foi uma convocação compulsória, e inicialmente havia a intenção de enviar soldados fortes e instruídos, o que significava jovens de famílias de classe alta ou média alta. Logo, surgiu um “jeitinho” de escapar do corpo de soldados, o que gerou a expressão “tirar o corpo fora”. Restou então aos “deserdados da sorte” ir para a guerra.  Resultando, em sua maioria, em rapazes empobrecidos e de escolaridade inferior. Mas a participação efetiva do Brasil só começou em 1944. O fato é que o Exército não se encontrava preparado para os combates, os equipamentos estavam sucateados e os convocados despreparados. Porém, por diversas razões de ordem política e operacional (internas e com os EUA), somente em 2 de julho de 1944 teve início o transporte rumo à Itália do primeiro contingente da FEB, sob o comando do general Zenóbio da Costa.
 
HONRA e GLÓRIA
 
Antes da partida do navio General Mann, o ditador Getúlio Vargas proferiu as seguintes palavras de despedida à tropa: “Soldados do Brasil! O presidente da República aqui veio para trazer-vos os votos de feliz viagem. E, não podendo fazê-lo pessoalmente a cada um, o faz por meio deste microfone. É sempre uma glória lutar pela Pátria e por um ideal. O governo e o povo do Brasil vos acompanham em espírito na vossa jornada e vos aguardam cobertos de glórias.” O Brasil enviou pouco mais de 25 mil homens, divididos em cinco batalhões de cinco mil homens cada, que contaram com o transporte dos navios norte-americanos para irem até seu destino. 49% eram civis, dos quais 15 mil foram a combate e 10 mil prestaram serviços de enfermagem, transporte, manutenção de equipamentos ou cozinha. 686 pracinhas vieram da Bahia e 341 do Rio Grande do Norte. Muitos não acreditavam na participação brasileira no conflito, e de forma desdenhosa diziam que isso só aconteceria “se a cobra fumasse”. Enfrentando o descrédito da opinião pública, a FEB optou pela imagem de uma cobra fumando como símbolo. E, após os febianos retornarem ao país, ainda assim foram descritos como turistas que viajaram à Europa para beber vinho, fumar cigarros norte-americanos e voltar como heróis.
 

Houve também a presença feminina do Brasil no Batalhão de Saúde. Na FEB, cabe assinalar os notáveis Humberto de Alencar Castelo Branco e Oswaldo Cordeiro de Farias. O primeiro foi um dos chefes de Operações; o outro, comandante de Artilharia. No pós-guerra, Farias foi interventor do Rio Grande do Sul no Estado Novo, governador de Pernambuco e participou do governo Dutra. O general Castelo Branco foi um dos líderes de 1964 e o primeiro presidente do período do Regime Militar. Já o ator Elísio de Albuquerque, que faria sucesso no teatro e na TV nos anos 50 e 60, inclusive como o vilão Dom Rafael da telenovela “O Direito de Nascer” (1965), participou da lendária batalha de Monte Castelo. A criação da FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILERA, cujos soldados são conhecidos como pracinhas da FEB, ocorreu em 1943. O primeiro escalão chegou ao porto de Nápoles em 16 de julho de 1944, marcando o início da presença brasileira em terras italianas. Ao chegar, os expedicionários logo tiveram seu primeiro contato com a destruição causada pela guerra. Ao se depararem com carcaças de navios aniquilados no porto, receberam a primeira dose do sentimento central e permanente de toda aquela jornada: o medo. Em contrapartida, o importante era não desertar, “não ser covarde”. E superar o vazio deixado pela saudade com a esperança do retorno.

O primeiro mês na Europa foi caracterizado pela falta de armamento e materiais de instrução. Boa parte dos soldados mal sabia limpar os fuzis. Para piorar, não haviam sido treinados para atuar numa geografia caracterizada pela altitude. E o resultado desse despreparo foi um número considerável de baixas provocadas por acidentes — principalmente com veículos e armas de fogo. Sob a supervisão do comando do V Exército norte-americano, ao qual a FEB estava subordinada, receberam treinamento e o seu destino: conter o avanço alemão. Despreparados para enfrentar o rigoroso inverno europeu, os brasileiros enfrentaram temperaturas de até vinte graus negativos. O inverno foi um dos maiores desafios enfrentados pelos militares da FEB. As baixas temperaturas e a água gelada contribuíram para problemas de saúde. Alguns desapareciam e mais tarde eram encontrados mortos, sepultados na neve. Marchando e guerreando, os pracinhas eram enfáticos ao apontar seu inimigo mais perigoso, depois dos alemães: o frio. Além disso, era triste a precariedade da nossa organização, a má qualidade das peças dos uniformes, cujo tecido encolhia em demasia. Houve peças de uniformes cujo uso foi proibido pelo aspecto antiestético. A aparência bizarra da tropa, com uniformes curtos e mal ajustados, por efeito das lavagens, determinou providências do comando dos EUA para contornar a situação. 
 
Como ponto positivo, músicos da banda “Os Pracinhas na FEB” levaram musicalidade para o front. Essa combinação de coragem e expressão cultural contribuiu para a imagem da tropa como uma força diferenciada. A ação no front era assustadora. Incluem explosões de obuses, roncos de metralhadora, chuvas de estilhaços, surtos nervosos, corpos dilacerados, feridos clamando por ajuda (e oração), poças de sangue, colegas desaparecidos. A realidade dos combatentes, no entanto, revelou-se cruel. Não bastasse viver os horrores do front, os brasileiros se depararam com falta de estrutura, equipamentos ultrapassados e treinamento deficiente. Muitos dos soldados eram civis que mal haviam segurado uma arma. Em maio de 1944, o governo criou o Serviço de Assistência Religiosa do Exército, que enviou para a Itália 24 sacerdotes católicos e dois protestantes (um metodista e um batista). Chefiados por um tenente-coronel capelão, eles eram voluntários que recebiam o mínimo de treinamento militar. Embora a maior parte do atendimento espiritual fosse realizada na retaguarda, em função dos perigos do front, os capelães também se aventuraram na linha de frente.
 
O envolvimento público de personalidades ilustres, como o magistral escritor Monteiro Lobato e o pintor Cândido Portinari, enriqueceu a participação nacional na guerra, proporcionando uma visão animadora sobre o conflito por meio da empolgação deles. Na Itália, após um breve período de aclimatação, a FEB, liderada pelo general Mascarenhas de Moraes, iniciou as operações substituindo unidades norte-americanas na desafiadora Linha Gótica. A partir daí, os combates se sucederam e as primeiras conquistas foram assinaladas: Massarosa, Camaiore, Monte Prano, Fornaci. E no início de 1945, tomaram Montese, Castelnuovo e Monte Castelo. A tomada de Monte Castelo foi um dos mais notáveis feitos das nossas armas. Esse êxito abriu caminho para o avanço aliado rumo a Bolonha. Área íngreme e de difícil acesso, ainda havia a questão climática que, de fato, dificultava a vitória, levando a uma série de derrotas por parte dos Aliados. Até que as chuvas torrenciais diminuíram sua intensidade e possibilitaram que houvesse uma nova investida. Desse modo, em fevereiro de 1945, os ingleses, o V Exército norte-mericano e a FEB, obtiveram êxito por meio da Operação Encore. A ação uniu infantaria, artilharia e caças, o que possibilitou a conquista.
 
Na Operação Grapeshot, conhecida como Ofensiva de Primavera, que durou de abril a maio de 1945, os nazistas foram cercados pela FEB na região de Fornovo-Respício e se renderam. A rendição foi uma das maiores durante a Segunda Guerra Mundial. Desde o momento da chegada em Nápoles até a retirada das tropas, os expedicionários combateram por sete meses e dezenove dias. No decorrer desses combates, tiveram mais sucesso do que derrotas. Mais de 20 mil soldados inimigos capturados. Nas baixas brasileiras morreram 450 pracinhas, 13 oficiais e 8 pilotos. Aproximadamente 12 mil feridos, mais de 2 mil deles sofreram mutilações e ficaram sob cuidados em hospitais dos EUA. Os que morreram tiveram seus restos mortais cremados e transladados em 1960 para o Brasil, enterrados em monumento no Rio de Janeiro. Para os vivos foi criada a Associação Nacional dos Veteranos da FEB, a qual procura manter viva a memória desses heróis.
 
PROFISSÃO: CORRESPONDENTE de GUERRA
 
Outro fato brasileiro digno de lembrança na Segunda Guerra Mundial foi o trabalho dos correspondentes de guerra: Rubem Braga, do “Diário Carioca”; Egydio Squeff, de “O Globo”; Thassilo Mitke, da “Agência Nacional”; e Joel Silveira, dos “Diários Associados”. Joel Silveira tinha 26 anos quando foi escalado para acompanhar a FEB à Itália. “Vá para a guerra, mas não morra. Repórter não é para morrer, é para mandar notícias”, foi o que ouviu do dono do jornal carioca, Assis Chateaubriand, ao ser enviado para a Itália. O jornalista chegou à Europa no terrível inverno de 1944, e durante meses acompanhou a luta dos brasileiros até a rendição alemã. Descreveu momentos cruciais do combate com um texto ao mesmo tempo lírico e informativo. Escrito como um diário, em 1945 lançou “Histórias de Pracinhas”, que teve uma segunda edição intitulada “O Inverno da Guerra”. O livro apresenta o cotidiano de uma guerra com seus absurdos, a travessia no navio com quase seis mil soldados, a Itália semi-destruída, o perigoso jornalismo de apuração, o convívio com pracinhas e oficialato.
 
Na publicação, há momentos de tensão, medo e horror. De heroísmo e solidariedade. O empenho de Joel Silveira na Segunda Guerra Mundial resultou em matérias populares, prestígio, livros e prêmios. Ele acompanhou a FEB na frente de batalha e levava sempre consigo a máquina de escrever como a companheira inseparável pronta para registrar fatos importantes. O destemido jornalista enviava seus textos diariamente por telégrafo, e muitas vezes eram publicados no mesmo dia em que os redigia na Itália. Por fim, em maio de 1945, as tropas alemãs se renderam e a guerra terminou para os brasileiros. Para a população local ficou marcada a generosidade dos febianos. Devido à pobreza nas cidades percorridas, era comum soldados darem comida para mulheres, idosos e crianças. Nesse cenário, surgiram romances efêmeros e algumas dezenas de casamentos. A FEB permaneceu na Itália até meados de junho, e logo após retornou ao Brasil. Os pracinhas encontraram um clima político tenso, mas foram proibidos de fazer qualquer tipo de manifestação. Não receberam pensão, apoio psicológico, social ou de saúde. Vale lembrar que muitos retornaram mutilados, cegos ou com outros ferimentos graves. A maioria não conseguiu emprego, ou no máximo um subemprego.
 
Os HERÓIS ESQUECIDOS
 

Os combatentes nunca tiveram uma grande repercussão no cenário nacional. Apenas as patentes mais altas que estiveram presentes na Itália se coroaram em cargos importantes na política. Os soldados que lutaram e ajudaram a recuperar o território italiano não foram recompensados e caíram no esquecimento. A reintegração foi adequada, na sua maioria, com o soldado retornando para a sua família. Uma boa parcela encontrou dificuldades por conta das más lembranças da guerra. Alguns sofreram com traumas psicológicos, alcoolismo e praticaram violência doméstica. No entanto, o roteiro da FEB na Itália foi glorioso. Os feitos dos nossos pracinhas merecem ser reverenciados. A liberdade e a democracia, que muitos países desfrutam, na atualidade, foram conquistadas com o sangue e a vida desses soldados, que venceram o nazifascismo. A nossa participação teve repercussões em diversas esferas. Economicamente, o Brasil se beneficiou das relações comerciais com os Aliados e nossa contribuição militar gerou reconhecimento no cenário global.  
 
Há 80 anos, a assinatura da rendição das forças nazistas colocava um ponto final na Segunda Guerra Mundial. Desde então, o Dia da Vitória se tornou um símbolo da aliança contra o totalitarismo — e, para os brasileiros, de sua contribuição para o esforço aliado. Em plena Itália, que foi inimiga das tropas brasileiras durante a Segunda Guerra Mundial, quase 30 monumentos e edificações homenageiam aos militares que fizeram a “cobra fumar” no Velho Continente, ajudaram civis italianos e foram fundamentais para expulsar o fascismo do país. Como os italianos, devemos estimular o resgate e a divulgação da memória desses bravos brasileiros.
 

FONTES
“Os Brasileiros e a Segunda Guerra Mundial” (2005)
de Francisco César Ferraz
 
“A Entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial”
(2000)
de Ricardo Seitenfus
 
“O Inverno da Guerra”
(2005)
de Joel Silveira
 
“A Lenda Azul: a Atuação do 3º Batalhão
do Regimento Sampaio na Campanha da Itália”
(1991)
do Capitão Walter de Menezes Paes
 
“1942: O Brasil e sua Guerra quase Desconhecida”
(2013)
de João Barone

 

CINCO FILMES SOBRE o TEMA

01
BATISMO de FOGO (2014)
de Durval Lourenço Pereira
  
Em 1944, o combate de um batalhão da FEB na Itália.
 
02
O BRASIL na BATALHA do ATLÂNTICO (2012)
de Erik de Castro
 
Em 1942, um submarino alemão atacou cinco navios mercantes brasileiros, 
resultando na morte de centenas de pessoas. Esse documentário conta a participação 
da nossa Marinha em ações no Atlântico.
 
03
A ESTRADA 47 (2013)
de Vicente Ferraz
  
Os esforços da FEB na Itália, com pracinhas castigados pelo inverno.
 
04
NAVALHA: um BATALHÃO BRASILEIRO
na LINHA GÓTICA (2017)
de Durval Lourenço Pereira
 
A trajetória do III Batalhão do 6º Regimento de Infantaria: o “Navalha”, da FEB.
 
05
SENTA a PUA (1999)
de Erick de Castro
 
A atuação dos pilotos de caça brasileiros na Itália – nossos soldados desembarcando 
em Livorno, em 1944. A saga desse grupo é contada pelos próprios veteranos que estiveram lá.
 
CINCO CANÇÕES MARCANTES na FEB
01
A CANÇÃO do EXPEDICIONÁRIO
(Spartaco Rossi e Guilherme de Almeida)
 
02
DESPERTA, BRASIL!
(Grande Othelo e Popeye do Pandeiro)
 
03
MIA GIOCONDA
(Vicente Celestino)
 
04
PELO BRASIL, PELA VITÓRIA
(Caio Lemos e Humberto Teixeira)
 
05
Uma PARTE da HISTÓRIA
(Ary Barroso)
 
VÍDEO
O PRIMEIRO DIA
  
Reportagem de Joel Silveira

Escrevo esta minha primeira reportagem após 22 horas a bordo do transporte que nos desembarcará dentro de 16 dias em Nápoles. A mim e a cerca de seis mil soldados brasileiros que comigo seguem para a guerra. É um mundo estranho e misterioso que possivelmente levará muito tempo para ser revelado. Ando pelos porões do imenso navio, perco-me em seus corredores que parecem não ter fim, e cada porta de ferro se abre para uma nova surpresa. Os navios e os alto-falantes que se multiplicam por todos os compartimentos são guias orais e explícitos do que se deve e não se deve fazer. Estamos em guerra, somos uma multidão que segue para a guerra, e muita coisa não se deve fazer: não se deve, por exemplo, atirar qualquer coisa ao mar. Sou apenas um recruta, bisonho e desprevenido como todo recruta, um pobre e indefeso civil em poucas semanas transformado num soldado da ativa, e me emaranho e me confundo num mundo que nunca foi meu. Os pracinhas olham sem compreender para o meu distintivo, não sabem se devem ou não me prestar continência.
 
Respondo, encabulado, à saudação de alguns poucos, mas o Tenente Justino Vieira, companheiro de camarote (durmo no beliche de cima, ele no do meio e no de baixo o Tenente Plínio Pitaluga), já me garantiram que tenho credenciais de oficial. Sou agora um “capitão”; dentro de mais duas semanas serei “capitano”. A verdade, porém, é que cometo gafes que matariam de vergonha qualquer oficial de verdade. Já falei com um “major” que era Coronel e ontem misturei a calça de um uniforme com a túnica de outro. Mas esta gente que viaja comigo é simpática e compreensiva, e só posso ficar comovido com  a maneira gentil, quase paternal, às vezes divertida, com que soldados veteranos e oficiais tratam esse recruta que uma remota “linha de tiro” não consegue militarizar. O Tenente Antônio Caldeira Vitral, oficial de ligação, me leva até o gabinete de comando, num dos compartimentos superiores, e me enche de dados sobre o que sou agora. Vejo-me de repente transformado numa série de números. Sou agora o CG (a partir de Roma, esse CG se transformará em “War Correspondent”), instalado no camarote coletivo número 107, beliche 146.
 
Em caso de perigo já sei o que tenho que fazer: não perder a calma, ajeitar o salva-vidas e, se houver tempo, correr para o lifeboat 9, a bombordo. Seriam meus companheiros no barco salva-vidas o Capitão Ítalo, Capitão Mário, o Capitão Darcy, o Tenente Justino, o Tenente Puenta, o Tenente Waldy e os funcionários do Banco do Brasil Berenguer e Messeder, todos companheiros deste apinhado 107, onde bato estas linhas estirado no colchão duro, a máquina portátil equilibrada de qualquer maneira nas coxas. Também não devo esquecer, todas as sete da manhã, de aproveitar ao máximo possível os variados pratos da primeira refeição do dia, já que a próxima, para o grupo de oficiais da primeira mesa (entre os quais estou incluído), acontecerá somente às cinco da tarde, apenas com variadas de chocolate e caramelo comprados por preço de banana nas cantinas de bordo. Manhã cedo, portanto, mergulhei decidido no que me ofereceram: ovos, bacon, grossas fatias de presunto e queijo, muito pão, laranja, café e creme de leite, manteiga farta que contentaria perfeitamente, durante uma semana, qualquer dona-de-casa. Tudo de esplêndida qualidade – tudo americano.
 
Há quase dois dias que estou a bordo, mas a verdade é que continuamos atracados, e o Rio, com suas luzes brilhantes perto, o Cristo iluminado e as ilhas da Baía, continua muito vivo dentro de todos nós. Num canto do salão dos oficiais, um capitão me confessou que seria melhor o General Meigs fosse embora logo: “enquanto a gente tem a certeza de estar perto de casa, e sem poder ver ou falar com os nosso, fica sempre com vontade de telefonar.” Saber a hora e o dia em que o transporte deve se desgrudar do armazém isolado do resto do cais por uma reforçada guarda militar, e ganhar o mar alto, é problema crucial. Um marinheiro americano me garantiu num inglês quase mímico que seria ontem de madrugada. O Presidente Getúlio já nos visitou, na véspera, e num pequeno discurso deixou suas despedidas. Por coincidência eu estava no meu camarote, tentando transportar a bagagem de campanha do passadiço do navio para o 107, correndo como um maluco navio adentro, até chegar ao meu destino – por coincidência, acabava de chegar a meu camarote quando ele, Getúlio, entrou com sua comitiva. Sorriu, disse qualquer coisa, despediu-se com um aceno.
 
Lembro-me de que a primeira camaradagem que fiz a bordo foi com um Tenente vindo da Bahia e que, mal o Presidente deixou o camarote, me apresentou um apressado croqui que fez dele, Getúlio. Perguntou se devia ou não mostrar o desenho ao desenhado. Sugiro que fala a pergunta a um oficial mais graduado – a um oficial de verdade, e ele corre pelo corredor, um tanto aflito. Não quer perder o homem. As horas vão passando – melhor, correndo – e já agora posso fazer a lista de amigos novos: o Tenente Nestor Lício é um deles, oficial-dentista e que também, diz, já trabalhou em jornal. Falamos de “A Manhã”, de Mario Rodrigues, de “A Pátria”, jornais onde ele trabalhou, e ele me pede que na minha primeira correspondência para os “Diários Associados” mande abraços para Ósorio Borba e Bezerra de Freitas, seus amigos. Estão mandados. Outro bom companheiro, além do Tenente Plínio Pitaluga, que já conhecia antes de virar “soldado”, é o Tenente Milton Rocha Alencar, a quem conto, em primeira mão, uma complicada história de troca de bagagem.
 
Acontece que recebi da Intendência do Exército, como todo oficial expedicionário, um saco A, um saco B e – ia esquecendo deste, o mais pesado de todos – um saco C. Mas não recebi conjuntamente uma espécie rol que acompanha a entrega da bagagem e no qual vem muito bem explicado o que deve ser arrumado nos três sacos. O resultado é que guardei cuidadosamente nos sacos B e C, que vão para o porão e que só me serão devolvidos na Itália, tudo de que necessita uma criatura normal, mesmo um recruta, para suas precisões diárias: aparelho de barbear, sabão, toalha, pasta para dentes e respectivamente escova, coisas assim. O Tenente Milton ouve atentamente a minha história, narrada num tom profundamente melancólico, e solta uma gargalhada – que de repente a história já é conhecida de todos ali no camarote – o que não deixou de ser uma solução: requisito de alguns companheiros um pouco de tudo o que falta, o que me deixa tranquilo.
 
Hoje pela manhã me surgiu pela frente a primeira exigência militar. O Capitão Ítalo, comandante do compartimento, nos reuniu a todos e nos avisou que iria distribuir as tarefas referente à faxina. Isto significa que cada oficial do 107, inclusive o correspondente e os funcionários do Banco do Brasil, terá o seu dia de trabalho: varrer o camarote, limpar as pias, forrar as camas, arrumar as bagagens etc. A escalação é feita conforme a idade, cabendo os mais moços as tarefas do primeiro dia. Sou o terceiro da lista, o que significa dizer que amanhã vou ter um dia cheio. O Tenente Mendonça me felicita pela sorte, pois que, segundo ele, dentro de poucos dias, com o navio andando e a turma enjoada a coisa vai ser muito pior. Como somos em 18 no camarote, nutro sólidas esperanças de não repetir até a chegada a Nápoles, o castigo que me espera amanhã. Bem, meu nome é Joel Silveira, jornalista de 26 anos, e estou indo para a guerra. Voltarei? Lembro-me das palavras de Assis Chateubriand, meu patrão, quando dele me fui despedir, já devidamente fardado: “Seu Silveira, me faça um favor de ordem pessoal. Vá para a guerra mas não morra. Repórter não é para morrer, é para mandar notícias.”. Prometi obedecer cegamente a suas ordens, e tenho de cumprir a promessa.
 
do livro “A Luta dos Pracinhas – 
A FEB 50 anos Depois – uma Visão Crítica” (1983)
 




15 comentários:

Evanilde Maioli da Silva disse...

Eu era criança e conheci um Pracinha, cujo sobrenome era Miranda, lutou na Itália contra os alemães e perdeu um braço, tendo que voltar para o Brasil.

Humberto Niero disse...

Tem um documentário sobre a aviação brasileira na guerra chamado Senta a Pua! Os pilotos brasileiros demonstraram uma qualidade tamanha que foram reconhecidos com uma medalha pelo congresso norte americano que teve de votar uma lei pois a condecoração não podia ser dado a não americanos!

Luis Carlos Mendes disse...

Esses eram guerreiros, agora os de hoje frangos pelados.

Mary Ferreira disse...

Eu acho a guerra uma estupidez sem tamanho. Esses heróis mandados para a guerra foram assassinados já que o exército brasileiro estava as moscas, e eles não tinham preparo.
Se naquele tempo estava difícil, imagina hoje, que falta até combustível. Vamos rezar para nunca mais entrarmos numa guerra, pois com essa molecada de hoje estaremos perdidos.

Pedro George de Brito disse...

Massa!

Lurdinha Teles disse...

Fiquei emocionada com a leitura do texto. Desconhecia quase tudo mais um dia a gente aprende. Lembro que eu cantava o Hino dos pracinhas, sem saber do que se tratava. Eles foram valentes, missão que receberam. Muitos foram derrubados , deram a vida pelo país .
Obrigada, aprendo muito com você. Bj

Marília Menezes disse...

Lição patriótica de História. Parabéns.

Teresa Garcia Gonçalves disse...

Precisamos de soldados de verdade e não de soldadinhos melancias.

Vanileia Ribeiro disse...

Essa era a função do meu pai nessa guerra de 42. Meu herói. Que Deus o ilumine meu velho ! onde estiver. Saudade!

Claudia Dix Silva disse...

Então, enquanto o Brasil faz comemorações para homenagear os pracinhas, a Itália faz uma comemoração todos os anos homenageando os brasileiros, este ser que se diz presidente vai comemorar na Rússia com os amigos ditadores. Vergonha este presidente.

Flavia Lia Arantes disse...

Tive um tio que foi para a Itália na guerra. Era criança ainda para perguntar coisas que gostaria de saber hoje . É um assunto fascinante para mim. Já fui na Normandia, cenário de guerra, visitei as praias, lá há bunkers alemãs, cemitério ( fui no Americano). Muito legal estar num lugar decisivo para a vitória dos aliados .

Arthur Cardenes disse...

E o descondenado apátrida,foi comemorar com a Rússia!!!

Cyro de Mattos disse...

Escritor Antonio Nahud,
Parabéns pelo texto primoroso sobre a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Esclarecedor, bem pesquisado, não é preciso dizer bem escrito não fosse o autor dono do ofício. Agradeço-lhe ter escrito A Cobra Fumou: O Brasil na Guerra, assim fiquei informado de como realmente o Brasil participou com heroísmo no combate ao nazi-fascismo. Desses heróis esquecidos, que deram a vida para a vitória do sentimento mais poderoso do ser humano: a liberdade.
Um abraço grapiúna.
Fique com Deus.

Willian Zaguini disse...

Hoje temos isso!!! O infeliz do Lula foi sujar nossa reputação na história saudando ditadores e corruptos.

Tica Simões disse...

Olá Antonio Junior,
Parabéns pelo Blog.
Bem apresentado e de ótimas matérias.
Abraço amigo,