Ilustrações:
TARSILA do AMARAL
(1886 – 1973. Capivari / São Paulo)
(1886 – 1973. Capivari / São Paulo)
Faz tempo, passei um mês em Cuba, entre Havana e Varadero, realizando longa reportagem para uma revista portuguesa de turismo. De perto, esmiucei a lógica de Fidel Castro. Lembrei-me de sua visita à Bahia, do abraço apertado no governador Antônio Carlos Magalhães, dos elogios à nossa culinária, “a melhor do mundo”. Com uniforme verde-oliva, parecia estar saindo de um contra-ataque na Baía dos Porcos, simbolizando a “eternidade” da Revolução. Fidel é mito cultivado pelo marxismo-leninismo, intelectuais sórdidos e uma infinidade de gente estúpida.
De Napoleão a Hitler, faz se difícil entender a dialética dos ditadores. Eles não enxergam nada além do próprio umbigo. Utilizam carisma, poder, tirania e artimanhas maquiavélicas para manipular multidões, algo parecido com certos líderes religiosos que seduzem, entorpecem, exploram e prometem o Reino dos Céus. Insaciáveis. Entretanto, na história há épocas fascinantes em que as máscaras caem, como aconteceu com Getúlio Vargas, Juan Domingo Perón, Idi Amin Dada, Richard Nixon, Ferdinando Marcos, entre outros.
Em meio ao terror, massacres, crises econômicas e escândalos, vez ou outra brotam solidariedade, liberdade e igualdade. O camarada Fidel é o diabo-mor como tantos crápulas. Sabemos de regimes supostamente democratas que invadiram países fragilizados, saquearam e mataram em nome da segurança mundial. No Brasil, as manifestações pelo impeachment do presidente Collor de Mello, em 1992, trouxeram o sonho da igualdade social, mas esse delírio nunca se realizou.
Continuamos apoiando partidos corruptos, assistindo telejornais forjados e engolindo publicidade esquerdista cujo sentido é melhor ignorar. Ficam evidentes o cinismo, as más intenções e a mediocridade intelectual empoderada. Precisamos de uma perestroika que ponha a nu a corrupção e o fisiologismo da máquina estatal; e a articulação entre política, contravenção e criminalidade. Nesse planetário de erros, é fácil enxergar a face envergonhada da República das Bananas, basta querer: milhares de mortos na guerra do tráfico de drogas, outros tantos subnutridos por desemprego e arrocho salarial, desinformação cultural, saúde sucateada.
Estamos na contramão dos direitos humanos. Assim, tu; assim, eles; assim, todos nós. Vivemos num país fascinante, mas ainda terceiro-mundista, escasso de projetos sociais de verdade e farto em descaso. Felizmente, descobri cedo que a boa arte não faz mal a ninguém, alivia. Assim sigo, enfrentando os dissabores com a palavra escrita. Mas como esquecer que o Brasil já foi um país de vivacidade intelectual? Como esquecer o Barroco, a Semana da Arte Moderna, o Regionalismo da Geração de 30, a Vera Cruz, a Bossa Nova, o Cinema Novo, o TBC, publicações como “Realidade” e “Pasquim”?
A inteligência artística brasileira foi silenciada pela ignorância e intolerância da esquerda. A corrupção e o besteirol comandam o espetáculo tupiniquim.
Um comentário:
A esquerda é cancerígena.
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