Em Telmo
Padilha a poesia se faz sentir
e amar pela concentração e o poder de toque.
Sua
poesia tem direito a autonomia de voo,
e a nós cabe a satisfação de fluí-la
em
sua riqueza plena.
CARLOS
DRUMMOND de ANDRADE
(1902 – 1987. Itabira / Minas Gerais)
Somente a poesia – entendida no seu mais alto sentido –
(1902 – 1987. Itabira / Minas Gerais)
Somente a poesia – entendida no seu mais alto sentido –
será capaz de salvar o homem. Se
todos os homens
fossem poetas ou lessem poesia, o mundo –
asseguro-lhe – seria
bem melhor.
TELMO PADILHA
TELMO PADILHA
Ilustrações:
GUILHERME ALBAGLI ALMEIDA
(1954. Ilhéus / Bahia)
GUILHERME ALBAGLI ALMEIDA
(1954. Ilhéus / Bahia)
Ler e escrever poemas me ensinou a prestar atenção ao mundo de maneira mais cuidadosa e estranha, além de oferecer um vocabulário cada vez mais amplo para nomear e descrever questionamentos, sentimentos, esperanças e dúvidas. A poesia de TELMO PADILHA (1930 - 1997. Ferradas, Itabuna / Bahia) faz parte deste meu vício íntimo de leituras. Ela é um convite para quem se quer iniciar naquela que é, talvez, uma das maiores viagens literárias que um leitor pode querer fazer, a da poesia. Poesia de inspiração, poesia pura, sensível e requintadamente envolvente. Uma poesia de qualidade, e uma imersão emocionante no universo sul baiano. Uma poesia de contrastes, complexa, tão ávida pela revelação simples, clarividente. Ler o autor de “O Rio” é descobrirmo-nos a nós próprios. Uma infinita viagem interior. Ele fala da dimensão de escuta e de reflexão, de alegria e de perda, de intensidade e lucidez. E estes binômios são importantes, porque permitem perceber que sua poesia reclama um nível de elaboração interpretativa que a torna sensitiva.
A obra de TELMO PADILHA possui, por diversas perspectivas de leitura, uma dimensão profundamente significativa para a cultura grapiúna e para a cultura brasileira. A poesia, sua produção como jornalista ao longo de décadas, sua contribuição no PACCE no campo das artes, sua forma de traduzir uma ideia do Sul da Bahia através dessas linguagens e, para além disso, sua capacidade de construir pontes entre escritores de matizes distintas, formam uma vasta tradição que se confunde com a própria história da cultura baiana moderna. Entre a publicação de seu primeiro livro e sua morte foram quatro décadas de trabalho. A atuação do poeta, para além do seu caráter fundamental como prática intelectual que abriu novos horizontes para a produção grapiúna, pode e deve ser observada como um ofício de intervenção admirável na nossa história. Nesse sentido, mais que o poeta essencial, mais que o cronista que escreveu sobre tantas Tabocas, mais que criador de preciosas antologias, ele é culturalmente decisivo para entendermos boa parte das Terras do Sem-fim.
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eu e telmo padilha |
Incentivado por ele e o mestre Hélio Pólvora, fiz uma exposição de desenhos e colagens, “Asas”, no saguão do CNPC. Ao mudar para São Paulo, em 1989, recebi dele gentil carta de apresentação endereçada ao contista Jorge Medauar e ao editor Gumercindo Rocha Dórea. De volta a Itabuna, ele publicou meu primeiro livro, “O Aprendiz do Amor” (1993). Hoje – injustamente – TELMO PADILHA está esquecido, como qualquer outro grande poeta brasileiro. Talentoso, de reflexões que constantemente questionam-se, numa linguagem repleta de sutilezas. Sua poesia, que recusa o academismo, foge ao óbvio, é um punhal afiado apontado ao coração do homem. Por vezes misteriosa, outras vezes tão direta que desarma. Reside em uma lírica lucidez, entre as sombras e a insônia, expressa num processo criativo autoral e em estilo notável. De cunho existencialista, sua poética traduz sentimentos pulsando, desencanto com a vida e com os homens, abismos e enigmas. O autor também trabalha temas recorrentes como a morte, os pássaros, a solidão e o amor.
Escreveu sobre a sua relação com a realidade da sua terra, da cultura do cacau e do próprio compromisso do artista com a história. Muitos de seus livros foram traduzidos para o italiano, o espanhol, o inglês, o francês, o alemão e o japonês. Ele nasceu na vila de Ferradas (onde também nasceu Jorge Amado), no município de Itabuna. Descendente, pelo lado paterno, de uma família de educadores e políticos sergipanos, e pelo lado materno do poeta Hermes Fontes (1888 – 1930. Boquim / Sergipe) e do romancista Amando Fontes (1899 – 1967. Santos / São Paulo). Seus pais se estabeleceram no Sul da Bahia como muitos sergipanos naqueles anos, atraídos pela fama das terras férteis para o cultivo do cacau. Em Ferradas, TELMO PADILHA aprendeu as primeiras letras, mas em 1935 a família transferiu-se para Itabuna, onde ele concluiu o ginásio no Colégio Divina Providência. Estudou em Salvador e atuou em diversos jornais do sul da Bahia. Entre eles, a “Voz de Itabuna”, onde trabalhou com Hélio Pólvora e publicou seus primeiros poemas e artigos.
Em 1954
assumiu a direção da sucursal do “Diário de Minas” e, em seguida, do “O Estado
da Bahia”. Pouco depois, publicou seu primeiro livro, “Girassol do Espanto”,
com prefácio do grande Adonias Filho e capa de Santa Rosa, pela Livraria
Editora da Casa do Estudante do Brasil. A obra conquistou o prêmio Melhores
Livros de 1956, da Câmara Municipal de Itabuna. Tornou-se conhecido e admirado
rapidamente. Mesmo assim, somente 18 anos depois voltaria à cena com seu
segundo livro, “Ementário” (1974), ao qual se seguiram muitas outras
publicações. Morando no Rio de Janeiro, em 1957, colaborou com críticas em
suplementos e revistas de cultura. Assinou uma seção de livros em “O Mundo” e
foi redator dos jornais culturais “Para Todos” e “Jornal de Letras”. Em 1960
voltou a terrinha, dirigindo a Rádio Cultura de Ilhéus. Fundou a
Rádio Jornal de Itabuna – da qual foi diretor-superintendente -, “A Hora”, “Tribuna
Regional”. Em 1963 ocupou, por breve período, a direção da Rádio Difusora
Sul da Bahia, e em 1965 assumiu a direção da “Tribuna do Cacau”.
Instalou uma gráfica e fundou a Associação Sul Bahiana de Imprensa. A partir de 1969 ocupou o prestigiado cargo de assessor de comunicação da Ceplac (1969), órgão de assistência e defesa da lavoura cacaueira, no qual coordenou também o Projeto de Atividades Culturais do Cacau (PACCE), publicando diversos autores regionais e promovendo eventos, inclusive exposições de artistas plásticos grapiúnas em países europeus. Foi responsável pela revelação nacional da obra do poeta Sosígenes Costa ao lançar os livros “Pavão Parlenda Paraíso” (1977), um estudo de José Paulo Paes sobre Sosígenes, e “Iararana” (1979). Em 1974 publicou “Ementário”, recebendo o primeiro prêmio do Concurso de Poesia promovido pelo jornal “A Tarde”, e “Onde Tombam os Pássaros”. Em 1977 conquistou o Prêmio Internacional de Poesia San Rocco, da Itália, com “Volo Assoluto”. Ainda em 1977 obteve o Prêmio Nacional de Poesia do MEC/INL, também com “Voo Absoluto”, obra com estudo crítico de Gilberto Mendonça Telles. Devido a essa repercussão, publicou inúmeros livros.
Instalou uma gráfica e fundou a Associação Sul Bahiana de Imprensa. A partir de 1969 ocupou o prestigiado cargo de assessor de comunicação da Ceplac (1969), órgão de assistência e defesa da lavoura cacaueira, no qual coordenou também o Projeto de Atividades Culturais do Cacau (PACCE), publicando diversos autores regionais e promovendo eventos, inclusive exposições de artistas plásticos grapiúnas em países europeus. Foi responsável pela revelação nacional da obra do poeta Sosígenes Costa ao lançar os livros “Pavão Parlenda Paraíso” (1977), um estudo de José Paulo Paes sobre Sosígenes, e “Iararana” (1979). Em 1974 publicou “Ementário”, recebendo o primeiro prêmio do Concurso de Poesia promovido pelo jornal “A Tarde”, e “Onde Tombam os Pássaros”. Em 1977 conquistou o Prêmio Internacional de Poesia San Rocco, da Itália, com “Volo Assoluto”. Ainda em 1977 obteve o Prêmio Nacional de Poesia do MEC/INL, também com “Voo Absoluto”, obra com estudo crítico de Gilberto Mendonça Telles. Devido a essa repercussão, publicou inúmeros livros.
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J. Amado, Sá Barretto, Telmo, Florisvaldo Mattos e James A. |
Em 1978 recebeu a Comenda Honra ao Mérito-Literatura, do “Jornal da Bahia”. Foi assessor cultural da Universidade de Santa Cruz e membro da Academia de Letras de Ilhéus, por indicação de Adonias Filho, de quem foi amigo. Casado com a advogada Ecy Aragão Padilha, tiveram cinco filhos: Claudia, Luísa, Clara, Fernanda e Paulo, que morreu tragicamente aos 19 anos, em um inesperado suicídio que abalou profundamente o poeta. Ele perdeu a alegria de viver, deixando de frequentar eventos culturais. Para o filho escreveu “Provação”, ainda inédito, um livro pujante e denso, com versos cheios de desalento, lamento, gemidos, saudades, angústia. Assim, desamparado, comove quando diz: “Não preciso ir ao lugar onde te encontras/ Para que de ti jamais me esqueça. / Não preciso ir ao lugar onde te achas / Para lamentar que a vida é nada / À tua saudade comparada.” Segundo o escritor Cyro de Mattos, “Provação é um livro de forte intensidade poética, seus versos impressionam pela carga dramática que transmitem perante o inexorável, imprimem a leitura do mundo com as dores do homem, sem saída diante da morte.”
O poeta sempre questionou a vida, achando-a injusta. Apesar das variantes no currículo, que registra atividades como jornalista, assessor de comunicação, advogado, radialista, produtor cultural, TELMO PADILHA se definia como um poeta, e essa era a sua bandeira. Tinha sólidas amizades com Kleber Torres, Antônio Lopes, José Haroldo de Castro Vieira, Onaldo Xavier, Cyro de Mattos, o médico Hamilton Gomes e o juiz Antônio Carlos. Praticamente sem sair de sua cidade natal, na sua época era considerado pela crítica literária nacional como um dos mais importantes poetas brasileiros. Escrevia compulsivamente, deixando dezenas de poemas escritos em papel ofício, talões de cheque e até em lâminas de maços de cigarro, que estão sendo catalogados por familiares. Há ainda um legado de centenas de artigos publicados em jornais e revistas. Nos artigos ele fala sobre literatura, economia, política e filosofia. Suas vozes muitas vezes testemunham o que parece ser a inevitabilidade da dor ou do medo humanos e, ainda assim, frequentemente conseguem romper essa sensação ao alcançar uma plataforma maior de onde é possível compreender nossas lutas pessoais.
O poeta
nos deixou aos 67 anos, numa manhã chuvosa do dia 16 de julho de 1997, depois
de sofrer um acidente automobilístico na BR 101, trecho Itabuna-Buerarema, e
mesmo sendo removido com vida para um dos hospitais de Itabuna, acabou não
resistindo aos ferimentos recebidos e morreu de traumatismo cranioencefálico,
após duas paradas cardíacas depois de uma demorada cirurgia para corrigir
lesões no fígado e na face. Sepultado, com grande acompanhamento, no Cemitério
do Campo Santo, sua morte foi uma perda para a cultura do sul da Bahia e para a
poesia brasileira. Pouco antes do acidente, ele confessou ao jornalista e
escritor Antônio Lopes: “O poeta escreve porque esta é sua maneira de se
comunicar. Se não o leem, o problema não é dele. O importante é saber se a
poesia é necessária, se serve aos objetivos do comunicador. Os momentos mais
inteligentes do homem são momentos de poesia”. Nos seus poemas existe uma
simplicidade que enternece, uma temática que surpreende, uma brevidade que
convida à reflexão.
O grapiúna TELMO PADILHA merece um lugar de destaque na poesia brasileira. Os seus poemas, simultaneamente simples e profundos, revestem-se de uma beleza e ao mesmo tempo de uma crueza que permitem desvendar aquilo que nos une, seres humanos à deriva, mesmo quando achamos que o rumo está definido. É o espelho do mundo construído pelo bardo, um mundo em que a trivialidade do cotidiano adquire uma dimensão poética e filosófica. Um espelho de uma vida. A poesia, da forma como a pratica, não busca escapar da realidade, mas cavar mais fundo nela — enfrentá-la, compreendê-la, encontrar sentidos. Acredito que seus poemas podem testemunhar o que constitui a matéria da vida e transformar em algo produtivo aquilo que, à primeira vista, parece banal. Como uma espécie de arquivista, a poesia recolhe percepções e evidências significativas de tudo. Numa linguagem sutil e sublime, as referências duelam e parece ficar, apenas, a poesia que é o respirar o mundo. Gera-se um ambiente de sensibilidade que faz bem à alma.
O caso e a contemplação constituem a estrutura da poesia, que faz uso do coloquial para criar a vitalidade das imagens. Nesse ponto, ressalta-se a força que a sonoridade assume na poesia de TELMO PADILHA. Nela, as vozes, os sons e o silêncio são matéria importante para transmitir aos versos as sensações que emanam do ambiente e das coisas. Por fim, acredito que ler poemas nos lembram da profundidade da compaixão, sabedoria, amor e paciência que possuímos como seres humanos, e nos encorajam a usar essas capacidades para atravessar circunstâncias, por vezes, perigosas. Não estamos sozinhos. Não somos estranhos uns aos outros. Estamos, e sempre estivemos, interligados — mesmo que nem sempre percebamos isso. Acredito que essa seja uma das mensagens centrais de qualquer poema.
O grapiúna TELMO PADILHA merece um lugar de destaque na poesia brasileira. Os seus poemas, simultaneamente simples e profundos, revestem-se de uma beleza e ao mesmo tempo de uma crueza que permitem desvendar aquilo que nos une, seres humanos à deriva, mesmo quando achamos que o rumo está definido. É o espelho do mundo construído pelo bardo, um mundo em que a trivialidade do cotidiano adquire uma dimensão poética e filosófica. Um espelho de uma vida. A poesia, da forma como a pratica, não busca escapar da realidade, mas cavar mais fundo nela — enfrentá-la, compreendê-la, encontrar sentidos. Acredito que seus poemas podem testemunhar o que constitui a matéria da vida e transformar em algo produtivo aquilo que, à primeira vista, parece banal. Como uma espécie de arquivista, a poesia recolhe percepções e evidências significativas de tudo. Numa linguagem sutil e sublime, as referências duelam e parece ficar, apenas, a poesia que é o respirar o mundo. Gera-se um ambiente de sensibilidade que faz bem à alma.
O caso e a contemplação constituem a estrutura da poesia, que faz uso do coloquial para criar a vitalidade das imagens. Nesse ponto, ressalta-se a força que a sonoridade assume na poesia de TELMO PADILHA. Nela, as vozes, os sons e o silêncio são matéria importante para transmitir aos versos as sensações que emanam do ambiente e das coisas. Por fim, acredito que ler poemas nos lembram da profundidade da compaixão, sabedoria, amor e paciência que possuímos como seres humanos, e nos encorajam a usar essas capacidades para atravessar circunstâncias, por vezes, perigosas. Não estamos sozinhos. Não somos estranhos uns aos outros. Estamos, e sempre estivemos, interligados — mesmo que nem sempre percebamos isso. Acredito que essa seja uma das mensagens centrais de qualquer poema.
FONTES
“De Tabocas a Itabuna – 100 Anos de Imprensa” (1999)
de Ramiro Aquino
“Doze Poetas Grapiúnas” (1979)
de Telmo Padilha
“A Ficção da Região Cacaueira Baiana: Questão Identitária” (1998)
de Maria de Lourdes Netto Simões
“Literatura de Cacau” (2010)
de Reheniglei Rehem
“Poesia Encontrada” (1979)
de Jorge de Souza Araújo
“Os Seres e as Cores nas Terras do Sem Fim” (1993)
de Hélio Pólvora e José Carlos Capinam
DOZE POEMAS de TELMO PADILHA
01
Em cada lugar deixei
um pouco do que fui
daquele que não serei.
Como juntar essas coisas
que outros nomes se dão
na palma de uma só mão.
Se são vastos estuários
e esses rios agrários
desembocam no coração.
Se são rostos, contrações,
esgares, risos, apelos,
lágrimas, incomunhões.
Se a poeira cobriu tudo
nas dobras do coração?
02
A CAMINHO da FAZENDA
No pó da estrada
Entre Itabuna e Macuco,
Eu me perdia. A montaria
Marcava o passo
Do coração em descompasso
E era dia. Mas à noite
O andar era suave
Entre o pássaro calado
E o casco que catava
Vaga-lumes sobre as pedras.
Íngreme subida, o suor
Do cavalo e do cavaleiro,
A montanha estava ali.
Uma luz longe. Um pio
De pássaro na passagem.
03
Os DIAS
Caminho
em tudo carne,
carne prisão cela
e o navio que não parte.
Os deveres, sim os deveres!
Salas, papéis, os poemas
dominicais. Chora o pássaro.
Os arcabouços, viseiras sempre
por tirar.
Passageiro de outro expresso,
o que não parte.
Voltar não é retornar
ao mesmo lugar.
04
DUALIDADE
Decifrar-me não tentes: o que sou
está contido em palavras e escombros
harmoniosamente dispostos;
o rosto é apenas a aparência,
meu arsenal
meu exército
Um pobre exército de perdidas batalhas.
Já o vês: sou duplo, na luz e na sombra
trafego entre mim e o outro, o que mente
mas transluz verdadeiro;
é lamentável que assim te fale,
mas não há outra forma.
Armas e esperanças tenho-as escondido
nos escombros que lavro, e não sabes.
São muito perigosas.
Mas não as procure,
para que não me aches
senão onde me encontro como agora,
diante de teu olhar perplexo.
05
FORA de ALCANCE
Esse estar não é estar aqui.
Recolhe, portanto, tuas armas.
Dores mais fundas te dispersaram
Em tantos corpos, tantas almas,
Que só pássaros as escalam.
Sou aquela estrela que não alcanças
Sou aquela dúvida que te cansa.
Sou aquela ofensa que te gasta.
Sou tudo que temes.
Sou o vinho e o fel de tua taça.
06
INFÂNCIA
Fartura. Nem tanto
mais que uma fazenda
com seus pastos, seus animais,
o engenho antigo, o rio
correndo entre pedras,
tímido sob as grandes
árvores,
água.
A noite desenhava
úmidas assombrações.
O vento no rosto
do menino cavalgava
mais que seu cavalo.
A vida tinha seu cheiro
de eternidade, exato
e puro.
A morte era um fato
natural, quase geométrico
na ignorância da tarde.
07
ITABUNA
Se não há montanhas,
como escalá-las?
Se não há florestas,
Com embrenhar-me
em sombras
que não estas?
Se não há o mar,
como falar de águas
e horizontes?
Sou o cantor
desta planície
e me abismo
em mim,
e desço aos outros
de mim,
e sofro os outros
de mim.
08
LINGUAGEM
Não me peças mais que este
dizer que não diz,
senão em rota indireta.
Que as palavras são armaduras
do dizer que mais diz.
Atrás dela é mais clara
a chama que mais brasa
queima porque não diz.
09
NOITES
Noites há, como esta
sublevada: mais que mar
proceloso, mais que vento,
E vem—cinza e treva—de dentro.
Noites há, como esta
impressentida: altas ondas,
afundados barcos, patinantes
ilhas de tédio: chuva e medo.
Noites há, como esta
insuspeitada: treva e nada,
trementes nervos açoitados,
e este fugir de quem não escapa.
10
RIMA
A palavra amor
já não rima com flor:
outra é sua correspondente
na escala do som,
na escala do ritmo.
Pode-se combiná-la
com calor, noutro plano;
ou com identidade,
aquela que mente
à outra verdade.
Com cal e giz
a escrevemos
no poema
antes que apague.
11
O RIO
Por muitos nomes te chamam
Cachoeira é o teu nome
Um rio, um riacho, lagoa.
Talvez água sem nome.
12
SINA
Quem deu a esse homem
Seu destino de homem?
E por que há de cumprir
Entre o começo e o fim
Sua jornada, exposto
À sua fração do nada?
Quem o fez pássaro
Por instantes
Para a noite que o sabe
Ausente de asas
Ante o mar que o traga?
“De Tabocas a Itabuna – 100 Anos de Imprensa” (1999)
de Ramiro Aquino
“Doze Poetas Grapiúnas” (1979)
de Telmo Padilha
“A Ficção da Região Cacaueira Baiana: Questão Identitária” (1998)
de Maria de Lourdes Netto Simões
“Literatura de Cacau” (2010)
de Reheniglei Rehem
“Poesia Encontrada” (1979)
de Jorge de Souza Araújo
“Os Seres e as Cores nas Terras do Sem Fim” (1993)
de Hélio Pólvora e José Carlos Capinam
DOZE POEMAS de TELMO PADILHA
01
Em cada lugar deixei
um pouco do que fui
daquele que não serei.
Como juntar essas coisas
que outros nomes se dão
na palma de uma só mão.
Se são vastos estuários
e esses rios agrários
desembocam no coração.
Se são rostos, contrações,
esgares, risos, apelos,
lágrimas, incomunhões.
Se a poeira cobriu tudo
nas dobras do coração?
02
A CAMINHO da FAZENDA
No pó da estrada
Entre Itabuna e Macuco,
Eu me perdia. A montaria
Marcava o passo
Do coração em descompasso
E era dia. Mas à noite
O andar era suave
Entre o pássaro calado
E o casco que catava
Vaga-lumes sobre as pedras.
Íngreme subida, o suor
Do cavalo e do cavaleiro,
A montanha estava ali.
Uma luz longe. Um pio
De pássaro na passagem.
03
Os DIAS
Caminho
em tudo carne,
carne prisão cela
e o navio que não parte.
Os deveres, sim os deveres!
Salas, papéis, os poemas
dominicais. Chora o pássaro.
Os arcabouços, viseiras sempre
por tirar.
Passageiro de outro expresso,
o que não parte.
Voltar não é retornar
ao mesmo lugar.
04
DUALIDADE
Decifrar-me não tentes: o que sou
está contido em palavras e escombros
harmoniosamente dispostos;
o rosto é apenas a aparência,
meu arsenal
meu exército
Um pobre exército de perdidas batalhas.
Já o vês: sou duplo, na luz e na sombra
trafego entre mim e o outro, o que mente
mas transluz verdadeiro;
é lamentável que assim te fale,
mas não há outra forma.
Armas e esperanças tenho-as escondido
nos escombros que lavro, e não sabes.
São muito perigosas.
Mas não as procure,
para que não me aches
senão onde me encontro como agora,
diante de teu olhar perplexo.
05
FORA de ALCANCE
Esse estar não é estar aqui.
Recolhe, portanto, tuas armas.
Dores mais fundas te dispersaram
Em tantos corpos, tantas almas,
Que só pássaros as escalam.
Sou aquela estrela que não alcanças
Sou aquela dúvida que te cansa.
Sou aquela ofensa que te gasta.
Sou tudo que temes.
Sou o vinho e o fel de tua taça.
06
INFÂNCIA
Fartura. Nem tanto
mais que uma fazenda
com seus pastos, seus animais,
o engenho antigo, o rio
correndo entre pedras,
tímido sob as grandes
árvores,
água.
A noite desenhava
úmidas assombrações.
O vento no rosto
do menino cavalgava
mais que seu cavalo.
A vida tinha seu cheiro
de eternidade, exato
e puro.
A morte era um fato
natural, quase geométrico
na ignorância da tarde.
07
ITABUNA
Se não há montanhas,
como escalá-las?
Se não há florestas,
Com embrenhar-me
em sombras
que não estas?
Se não há o mar,
como falar de águas
e horizontes?
Sou o cantor
desta planície
e me abismo
em mim,
e desço aos outros
de mim,
e sofro os outros
de mim.
08
LINGUAGEM
Não me peças mais que este
dizer que não diz,
senão em rota indireta.
Que as palavras são armaduras
do dizer que mais diz.
Atrás dela é mais clara
a chama que mais brasa
queima porque não diz.
09
NOITES
Noites há, como esta
sublevada: mais que mar
proceloso, mais que vento,
E vem—cinza e treva—de dentro.
Noites há, como esta
impressentida: altas ondas,
afundados barcos, patinantes
ilhas de tédio: chuva e medo.
Noites há, como esta
insuspeitada: treva e nada,
trementes nervos açoitados,
e este fugir de quem não escapa.
10
RIMA
A palavra amor
já não rima com flor:
outra é sua correspondente
na escala do som,
na escala do ritmo.
Pode-se combiná-la
com calor, noutro plano;
ou com identidade,
aquela que mente
à outra verdade.
Com cal e giz
a escrevemos
no poema
antes que apague.
11
O RIO
Por muitos nomes te chamam
Cachoeira é o teu nome
Um rio, um riacho, lagoa.
Talvez água sem nome.
12
SINA
Quem deu a esse homem
Seu destino de homem?
E por que há de cumprir
Entre o começo e o fim
Sua jornada, exposto
À sua fração do nada?
Quem o fez pássaro
Por instantes
Para a noite que o sabe
Ausente de asas
Ante o mar que o traga?
A OBRA de
TELMO PADILHA
GIRASSOL do ESPANTO (1956)
EMENTÁRIO (1974)
ONDE TOMBAM os PÁSSAROS (1974)
O APRENDIZ da NEVE (1976)
PÁSSARO / NOITE (1977)
CANTO ROUCO (1977)
O RIO (1977)
VOO ABSOLUTO (1977)
POESIA MODERNA da REGIÃO do CACAU (1977)
GIRASSOL do ESPANTO (1956)
EMENTÁRIO (1974)
ONDE TOMBAM os PÁSSAROS (1974)
O APRENDIZ da NEVE (1976)
PÁSSARO / NOITE (1977)
CANTO ROUCO (1977)
O RIO (1977)
VOO ABSOLUTO (1977)
POESIA MODERNA da REGIÃO do CACAU (1977)
TEOREMA (1977)
O MODERNO CONTO da REGIÃO do CACAU (1978)
POESIA ENCONTRADA (1978)
CACAU em PROSA e VERSO (1978)
(co-autor Hélio Pólvora)
80 POEMAS de TELMO PADILHA (1978)
TRAVESSIA (1979)
NOTÍCIA SOBRE a CIVILIZAÇÃO do CACAU (1979)
12 POETAS GRAPIÚNAS (1979)
O MENINO do CACAU (1979)
(co-autor Hélio Pólvora)
PUNHAL no ESCURO (1980)
NOITE CONTRA NOITE (1980)
O ANJO APUNHALADO (1980)
REFLEXÕES SEM DOR (1984)
CANTO de AMOR e ÓDIO a ITABUNA (2004)
CORAGEM PARA VIVER (Inédito)
PROVAÇÕES – POEMAS PÓSTUMOS (Inédito)
FORTUNA CRÍTICA
“Poesia
realizada, autêntica e definitiva porque é uma poesia maior”
ADONIAS FILHO
ADONIAS FILHO
(1915 – 1990. Itajuípe / Bahia)
“A poesia de Telmo Padilha escapa, por natureza, a qualquer definição ou explicação lógica e limitada. É uma poesia naturalmente sintética e globalista. De certo modo rebelde a qualquer análise”
ALCEU AMOROSO LIMA
(1893 – 1983. Petrópolis / Rio de Janeiro)
“Telmo Padilha é um desses valores que nossa região esqueceu. Somos campeões de injustiça. Mesmo com uma fortuna crítica imensa, invejável, tem o mais completo silêncio do meio intelectual.”
ANTÔNIO LOPES
(1941. Triunfo, Pageú de Flores / Pernambuco)
“Uma poesia contida, limpa e forte”
CARLOS NEJAR
(1939. Porto Alegre / Rio Grande do Sul)
“Poesia reflexiva nas indagações existenciais, mas emotiva na maneira própria de oferecer sutilezas líricas. Vida, morte, incomunicabilidade, infância, solidão, a criatura humana cercada pela fugacidade do tempo, entre rastejos e voos absolutos, na sua difícil travessia feita de cantos roucos, é a temática que o poeta procura sempre se mover dentro de ressonâncias agudas.
CYRO de MATTOS
(1939. Itabuna / Bahia)
“Convence-nos pela sinceridade de seu canto e pela destreza com que o esgrima”
ÉRICO VERÍSSIMO
(1905 – 1975. Cruz Alta / Rio Grande do Sul)
“Uma poesia de ampla conjugação, apoiada em voz muito pessoal, mas alimentada pela certeza de que as verdades pessoais do poeta também podem ser de outrem”
HÉLIO PÓLVORA
(1928 – 2015. Itabuna / Bahia)
“Há duas matrizes ocultas no inventário de motivos com que se tece essa poesia de Telmo Padilha. A primeira delas – pássaros – está inscrita na quase totalidade dos seus poemas, sob nuances de vida e liberdade os mais diversos. A outra matriz – a Morte – toma também os mais diferentes trajes e formas, encastoada na língua humana do poeta com um eu sagrado, de que nunca se pode apartar.”
JORGE de SOUZA ARAÚJO
(1947. Baixa Grande / Bahia)
“Imprimindo um tom intimista, seu discurso literário envolve ao mesmo tempo um conteúdo e uma preocupação filosófica, de caráter existencialista, o que permite ao leitor diversas leituras e releituras, com uma reflexão sobre a sua vida e o estar no mundo.”
KLEBER TORRES
(1947. Itabuna / Bahia)
“Uma poesia rica de símbolos e de metáforas”
MANUEL BANDEIRA
(1886 – 1968. Recife / Pernambuco)
“Uma poética severa, com acentos, às vezes, de reflexão profunda, e hábil manejo de ritmos, refrões. No plano emocional, tende a desenvolver um tom elegíaco e nostálgico, um tanto raro em seus confrades mais recentes. Em relação a estes, todavia, tem algo de mais raro: escreve bem e parece não ter medo das belezas conquistadas pela língua.”
MAURO GAMA
(1938. Rio de Janeiro / RJ)
“A poesia de Telmo Padilha escapa, por natureza, a qualquer definição ou explicação lógica e limitada. É uma poesia naturalmente sintética e globalista. De certo modo rebelde a qualquer análise”
ALCEU AMOROSO LIMA
(1893 – 1983. Petrópolis / Rio de Janeiro)
“Telmo Padilha é um desses valores que nossa região esqueceu. Somos campeões de injustiça. Mesmo com uma fortuna crítica imensa, invejável, tem o mais completo silêncio do meio intelectual.”
ANTÔNIO LOPES
(1941. Triunfo, Pageú de Flores / Pernambuco)
“Uma poesia contida, limpa e forte”
CARLOS NEJAR
(1939. Porto Alegre / Rio Grande do Sul)
“Poesia reflexiva nas indagações existenciais, mas emotiva na maneira própria de oferecer sutilezas líricas. Vida, morte, incomunicabilidade, infância, solidão, a criatura humana cercada pela fugacidade do tempo, entre rastejos e voos absolutos, na sua difícil travessia feita de cantos roucos, é a temática que o poeta procura sempre se mover dentro de ressonâncias agudas.
CYRO de MATTOS
(1939. Itabuna / Bahia)
“Convence-nos pela sinceridade de seu canto e pela destreza com que o esgrima”
ÉRICO VERÍSSIMO
(1905 – 1975. Cruz Alta / Rio Grande do Sul)
“Uma poesia de ampla conjugação, apoiada em voz muito pessoal, mas alimentada pela certeza de que as verdades pessoais do poeta também podem ser de outrem”
HÉLIO PÓLVORA
(1928 – 2015. Itabuna / Bahia)
“Há duas matrizes ocultas no inventário de motivos com que se tece essa poesia de Telmo Padilha. A primeira delas – pássaros – está inscrita na quase totalidade dos seus poemas, sob nuances de vida e liberdade os mais diversos. A outra matriz – a Morte – toma também os mais diferentes trajes e formas, encastoada na língua humana do poeta com um eu sagrado, de que nunca se pode apartar.”
JORGE de SOUZA ARAÚJO
(1947. Baixa Grande / Bahia)
“Imprimindo um tom intimista, seu discurso literário envolve ao mesmo tempo um conteúdo e uma preocupação filosófica, de caráter existencialista, o que permite ao leitor diversas leituras e releituras, com uma reflexão sobre a sua vida e o estar no mundo.”
KLEBER TORRES
(1947. Itabuna / Bahia)
“Uma poesia rica de símbolos e de metáforas”
MANUEL BANDEIRA
(1886 – 1968. Recife / Pernambuco)
“Uma poética severa, com acentos, às vezes, de reflexão profunda, e hábil manejo de ritmos, refrões. No plano emocional, tende a desenvolver um tom elegíaco e nostálgico, um tanto raro em seus confrades mais recentes. Em relação a estes, todavia, tem algo de mais raro: escreve bem e parece não ter medo das belezas conquistadas pela língua.”
MAURO GAMA
(1938. Rio de Janeiro / RJ)
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14 comentários:
A obra de Telmo é merecedora do seu debruçar-se sobre ela! 👏👏👏👏🌹🌹
Meu patrono na Academia de Letras de Itabuna/Alita,
Quanta honra informar-me sobre passos desse emérito grapiúna!
Grande poeta baiano esquecido.
Caro xará,
Estou repassando.
Telmo Padilha merece (e muito) ser lembrado, lido e redescoberto.
Abraço do velho,
AT
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Não conhecia o poeta. Muito bom. Grato pela apresentação. Vou divulgá-lo entre amigos.
Não tem seu nome em nenhuma escola, rua ou bairro e nos legou um livro com o título Canto de amor e ódio a Itabuna, que parece prever essa indiferença provinciana.
Lembro muito dele. Frequentava as festas do Abrigo São Francisco.
.................................Onde bóiam
escombros que se vão
de mim à outra noite,
e juntá-los seria
acender novas chamas?
Telmo Padilha, in 'Canto Rouco'
Companheiro, há muitos anos publiquei um texto sobre o poeta, que admiro muito e conheci na Bahia nos anos oitenta.
Abraços
Só vc viu, Nahud! Para lembrar desse excelente escritor.
Telmo, grande poeta da alma itabunense.
Ressalto que esse artigo de Antonio Nahud sobre a vida e a poesia do grande poeta nascido em Itabuna é magnífico, o poeta merece sob vários aspectos. Telmo andava esquecido. A poesia devolve ao homem o que é dele próprio, o pensamento e o sentimento, Telmo Padilha é um ótimo exemplo disso. De parabéns o escritor Antonio Nahud. Fico feliz por seu esplêndido artigo sobre o poeta Telmo Padilha. Viva a boa poesia! Viva a boa literatura.
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