fevereiro 27, 2015

.............. ESCRITORES SOB o EFEITO de DROGAS


Ilustrações:
HENRI MICHAUX

Muitos escritores, dos mais importantes, usaram drogas, e alguns escreveram obras inteiras sob influência delas. Seriam as drogas alguma espécie de combustível criativo? Charles Baudelaire, em “Paraísos Artificiais”, argumenta que o artista não pode depender de um veneno – como ele mesmo define as drogas – para pensar; porém não é novidade que, quando sob o efeito de substâncias que alteram a percepção, é possível ver as coisas de formas diferentes, fator este que, consequentemente, amplia a visão do escritor. Apesar de, obviamente, não ser necessário o uso de substâncias químicas para escrever, inúmeros escritores parecem precisar usar tais substâncias. Seria consequência da ansiedade daqueles que questionam, talvez demais, o mundo a seu redor, por isso sentem a necessidade de escrever, e assim também a necessidade de se entorpecer de alguma forma? Bem, cada um usa drogas por seus próprios motivos, e não é válido julgar que é exatamente por esta ou por outras razões, mas o certo é que há uma forte presença do uso das drogas entre os escritores.

As drogas desde há quase um século, pelo menos, tem sido um assunto de rejeição social. Nem sempre foi assim, no entanto. Desde os primórdios, a humanidade faz uso dessas substâncias, e somente no último século devido a aspectos legais a proibição veio a ser a tônica do discurso popular e científico. O abuso de drogas (incluindo o álcool) pode ser diretamente relacionado com o sucesso de alguns dos escritores mais admirados do mundo. Ernest Hemingway é amplamente conhecido como um alcoólatra desesperado e trágico; Aldous Huxley defendia o LSD (a banda The Doors leva o nome de seu livro “The Doors of Perception”); Edgar Allan Poe e Lewis Carroll foram alguns dos consumidores de ópio mais prolíficos da literatura. Sir Arthur Conan Doyle foi um famoso viciado em cocaína, cujas condições de usuário ele transfere para seu personagem mais ilustre, o detetive Sherlock Holmes. 

Sobre a cocaína, cita-se Sigmund Freud e seu entusiasmo com a substância, da qual foi um defensor, e provavelmente um usuário durante toda sua vida; ainda assim, um dos mais brilhantes sujeitos de todos os tempos. O filósofo Jean-Paul Sartre é frequentemente lembrado pelo uso constante de drogas, entre as quais corydrane, composto de anfetamina e aspirina. Segundo a biógrafa Annie Cohen-Solal, ele acordava com uma xícara de café e um tablete de corydrane, depois dois, três – quantos fossem necessários enquanto durasse a escrita. Dessa maneira escreveu “A Crítica da Razão Dialética”, entre outros livros.


A literatura mundial seria provavelmente bem mais pobre se os escritores fossem disciplinados. Pó branco, cogumelo mágico ou erva maldita, as drogas resultaram em liberação para muitos autores. E perdição. Os poetas românticos foram os primeiros a explorar o misterioso mundo do inconsciente. Os “Hinos à Noite” de Novalis nasceram sob o efeito do ópio. Também o escocês Robert Louis Stevenson inventou num delírio alucinótico a dupla personalidade de seu “O Médico e o Monstro”. E, na França, um grupo de poetas / escritores - Charles Baudelaire, Théophile Gautier, Victor Hugo, Charles Baudelaire, Honoré de Balzac, Alexandre Dumas etc. -  criou um “Clube do Haxixe”.

A experimentação com alucinógenos, visando escrever melhor, levou muitos autores à dependência. Como prova o caso de Benjamin von Stuckrad-Barre, celebrado literato pop de nossos dias. Em entrevista a um jornal, em 2004, ele reconheceu como chegou à beira do abismo, através do consumo de cocaína, esperando recolher material para um romance borbulhante de vida. Até reconhecer – ainda a tempo: “Meu instrumento de trabalho, o cérebro, está em jogo”. Outros não acharam mais a saída para a dependência: Georg Trakl, Klaus Mann, Hans Fallada, Jack Kerouac, Irmgard Keun, Joseph Roth etc. Esses e muitos outros autores morreram em consequência do consumo excessivo de álcool ou narcóticos. Friedrich Glauser, morto pela morfina aos 42 anos de idade, não se iludia quanto ao fim da história: “Todas as justificativas inventadas para justificar o vício são muito bonitas do ponto de vista literário ou poético. Concretamente, é uma desgraça. Pois a pessoa se arruína, a si e a sua vida.”

Segue uma breve lista com alguns (só alguns, é quase impossível se lembrar de todos eles) dos mais importantes escritores que usaram drogas.


ALDOUS HUXLEY
(Inglaterra. 1894-1963) 

O autor do famoso “Admirável Mundo Novo” considerava o LSD e outros alucinógenos como portais para percepções espirituais profundas, místicas. Ele escreveu “As Portas da Percepção”, na qual descreve experiências com o uso de drogas como o ácido lisérgico, a mescalina, entre outras. Huxley disse, em uma entrevista à Paris Review, em 1960, que, indiretamente, o uso de tais substâncias pode ajudar no processo criativo, mas não de forma que alguém possa dizer “agora vou tomar um ácido para escrever um poema brilhante”, isso ele não acreditava que funcionasse. Quando estava nos estágios finais de um câncer na garganta, escreveu um bilhete para a esposa pedindo-lhe para injetá-lo com 100 mg de LSD. Foi o que ela fez, e ele morreu pacificamente dentro de algumas horas.



CARLOS CASTANEDA
(Peru. 1925 – 1998)

Um dos autores mais lidos e mais famosos ao redor do mundo. No entanto, pouco se sabe sobre sua vida pessoal. O autor de “O Poder do Silêncio” sempre teve o cuidado de resguardar-se das pressões contraditórias e desencontradas da sociedade de consumo. Ele mantinha uma cuidadosa cortina de desinformação em torno da sua pessoa. Somente em língua portuguesa, os livros de Castaneda venderam até 1998 cerca de 600.000 exemplares. No mundo,  o total ficava entre dez e vinte milhões de volumes. Mas não recebeu apenas aplausos. Era conhecido como o “guru das drogas”, principalmente das plantas psicotrópicas. Numa entrevista, disse: “Paguei um alto preço, meu corpo ficou debilitado, e precisei de muitos meses para recuperar-me. Sofria de ansiedade e funcionava a um nível muito baixo. Se tivesse me comportado como um guerreiro, aceitando a responsabilidade, não teria sido necessário tomá-las.” O escritor usava peiote (cacto de onde se origina uma droga que causa alucinações).




CARSON MCCULLERS
(EUA. 1917 – 1967)

Ela não teve uma vida nada fácil. Um marido suicida, o alcoolismo e vinte anos com o lado esquerdo paralisado. Seus livros, a começar por “O Coração é Um Caçador Solitário”, que escreveu aos 23 anos, e foi inesperado sucesso de público e crítica, contam histórias de personagens vivendo à margem da sociedade. Alguns porque não conseguem se adaptar, outros porque têm algum tipo de deformidade física ou moral. Morreu de alcoolismo, enrolada num cobertor, em uma cadeira do convés de um navio.








CHARLES BAUDELAIRE
(França. 1821 – 1867)

Famoso por sua poesia ligada ao vinho e às drogas, escreveu “Paraísos Artificiais”, na qual narra sobre as experiências geradas pelo uso do haxixe, ópio e vinho. Inclusive, fez parte de um grupo chamado Clube do Haxixe, que se reunia, obviamente, para usar haxixe. Baudelaire narra, de forma lírica, em sua obra, diversas formas como o haxixe, o ópio e o vinho, mas principalmente o haxixe, pode ampliar a percepção do artista, iluminando sua inteligência. Porém, no fim do livro, ele condena o uso de substâncias como auxílio à criatividade, dizendo: “Aquele que puder recorrer a um veneno para pensar, em breve não poderá mais pensar sem o veneno. É possível imaginar o terrível destino de um homem cuja imaginação paralisada não soubesse mais funcionar sem o recurso do haxixe ou do ópio?”




CHARLES BUKOWSKI
(Alemanha. 1920 – 1994)

O próprio já dizia: “Beber é algo emocional. Faz com que você saia da rotina do dia-a-dia, impede que tudo seja igual. Arranca você pra fora do seu corpo e de sua mente e o joga contra a parede. Eu tenho a impressão de que beber é uma forma de suicídio onde você é permitido voltar à vida e começar tudo de novo no dia seguinte. É como se matar e renascer. Acho que eu já vivi cerca de dez ou quinze mil vidas.” Em suas obras há muitas referências ao álcool, assim como à maconha, apesar do escritor ter dito ser contra o uso de drogas, ele gostava realmente era de beber, de beber muito, inclusive defende o uso do álcool abertamente, dizendo que se não fosse a bebida, provavelmente teria se matado.



DYLAN THOMAS
(País de Gales. 1914 - 1953)

Sua poesia era pontuada por temas como as tradições célticas, as convenções das Sagradas Escrituras, o surrealismo britânico. Com o êxito de vendas de seus livros, vêm também o alcoolismo e os constantes débitos financeiros. De seus livros jorram densas emoções e paixões intensas. Aos 35 anos de idade mudou-se para os Estados Unidos, tornando-se uma lenda graças a embriaguez habitual, dramaticidade e romantismo incurável. Ele se transforma em um mito para os poetas que integram o conhecido Movimento Beat. Sua influência se estendeu até mesmo à esfera musical, marcando definitivamente o gênero pop. Dizem que Robert Allen Zimmerman assumiu o pseudônimo Bob Dylan como uma forma de prestar homenagem ao poeta do País de Gales. Morreu aos 39 anos, vítima do álcool. Pouco antes de falecer, já com a saúde abalada, teria consumido 18 doses de uísque.




EDGAR ALLAN POE
(EUA. 1809 – 1849)


O escritor passou por diversos dilemas sérios no decorrer de sua vida, e entre eles (ou talvez em decorrer deles) estavam a dependência do álcool e do ópio. Poe inclusive mostra, em alguns de seus contos como “Berenice” e “Ligéia”, protagonistas dependentes do ópio. O escritor também usava láudano (uma combinação que mistura ópio, álcool, morfina e codeína), e foi isso que utilizou em sua tentativa de suicídio, em 15 de novembro de 1848, um ano antes de sua morte.






EDNA ST. VINCENT MILLAY
(EUA. 1892 – 1950) 

Poeta lírica e dramaturga, vencedora do Premio Pulitzer na categoria poesia, ficou também conhecida pelo seu estilo de vida boêmio, pouco convencional para a época, e pelos seus inúmeros casos amorosos. Era bissexual e bebia sem limites.













ELIZABETH BARRETT BROWNING
(Inglaterra. 1806 – 1861)


Autora de “The Seraphim and Other Poems” (1838) e “Poems” (1844), entre outros livros, tinha uma doença misteriosa e o seu tratamento com láudano lhe deixou com a saúde ainda mais debilitada, levando-a à morte.












ERNEST HEMINGWAY
(EUA. 1899 – 1961) 

Quando falam de Hemingway, muitos o associam facilmente à bebida. São diversas as frases do escritor relacionadas ao assunto, como: “Eu bebo para tornar as outras pessoas mais interessantes” ou “Para conviver com os tolos, um homem inteligente precisa beber”. Suas bebidas preferidas eram o absinto, rum, mojito e também uma versão especial de daiquiri, que hoje é chamada de “Special Hemingway”. O escritor, que bebia excessivamente em decorrência da depressão (ou vice-versa), suicidou-se em 1961.









F. SCOTT FITZGERALD
(EUA. 1896 – 1940)

Principal cronista da vida da alta sociedade dos Estados Unidos nos anos 1920, por ele definida como “Era do Jazz”. Pelo estilo de vida farrista, torna-se uma espécie de ídolo da chamada “Geração Perdida”, que proclama a falência do sonho norte-americano de uma sociedade harmônica. Em 1925 escreveu “O Grande Gatsby”, que hoje é considerado sua obra-prima, mas na época vendeu muito pouco. Também escreveu roteiros para filmes de Hollywood. Enfraquecido pelo álcool, tentou duas vezes o suicídio, morrendo jovem.








GÉRARD DE NERVAL
(França. 1808 – 1865)

Poeta romântico que fez parte do círculo boêmio de Charles Baudelaire. O grupo ficou famoso pela criação artística e por realizar experiências com drogas. A sua obra poética é marcada por atmosfera simbolista, que em parte reflete seu fascínio pelos sonhos (que considerava como viagens para “outra vida”). Apesar do grande talento e sensibilidade, era mentalmente instável e foi internado em sanatório durante episódios psicóticos. Suicidou-se após uma longa luta contra a esquizofrenia.









GOETHE
(Alemanha. 1749 – 1832)

Romancista, dramaturgo, poeta e filósofo, fez parte de dois movimentos literários importantes: romantismo e expressionismo. Sua grande obra foi “Fausto”, escrito em 1806. Baseada numa lenda, relata a vida de Dr. Fausto, que vende a alma para o diabo em troca de prazeres terrenos, riqueza e poderes ilimitados. Goethe utilizava ópio diariamente.












HENRI MICHAUX
(Bélgica. 1899 - 1984)

Escritor, poeta e pintor, explorou o eu interior e o sofrimento humano através de sonhos, fantasias e experiências com drogas. Usava mescalina, uma droga que altera a percepção do tempo e cria alucinações visuais. Nos anos 1960 fez um filme sobre o haxixe e a mescalina.












HONORÉ DE BALZAC
(França. 1799 – 1855)

No século XIX, o haxixe virou moda entre intelectuais franceses. Eles se reuniam para fumar essa forma mais concentrada da maconha e pesquisar os efeitos da droga. Balzac foi um deles. Sua obra máxima, “A Comédia Humana”, é composta de 89 romances, novelas e histórias curtas.












HUNTER S. THOMPSON
(EUA. 1937 – 2005)

Para além do jornalista e escritor, ele ficou conhecido pelo consumo intensivo de bebidas alcoólicas, LSD, mescalina e cocaína, entre outras substâncias. Também era conhecido seu amor às armas de fogo e o ódio a Richard Nixon. Sofrendo graves problemas de saúde, cometeu suicídio aos 67 anos. Seu forte apreço pelo álcool lhe rendeu a fama de ter sido o fundador do jornalismo Gonzo, expressão que significa algo como “o último homem a permanecer em pé após muita bebida”, e como se isso não fosse o suficiente para colocá-lo com louvor nesta lista, ele até chegou, certa vez, a dizer: “Eu odeio recomendar drogas, álcool, violência, ou insanidade para qualquer um, mas isso tudo sempre funcionou comigo.”  Seu mais famoso livro, “Medo e Delírio em Las Vegas”, foi o resultado distorcido de uma matéria que ele ficara de fazer para uma revista, porém gastou o dinheiro da hospedagem em drogas e bebidas, e acabou escrevendo, em vez da matéria, um relato sobre seus dias de entorpecimento.



JACK KEROUAC
(EUA. 1922 – 1969)

Um dos maiores escritores da famosa Geração Beat, escreveu muito vezes sob efeito de drogas. Seu amigo, o poeta Allen Ginsberg, comentou que o próprio Kerouac disse que sentia que conseguia escrever com mais facilidade dessa forma. Muitos de seus romances, entre eles, o aclamado “Pé na Estrada / On the Road”, foram escritos sob a influência de benzedrina, entre outras drogas. Também bebia muito, o que pode ser considerado um suicídio lento, uma vez que o escritor chegou a declarar que, por ser católico, não podia cometer suicídio, mas podia beber até a morte. E foi o que ele realmente fez: sofreu uma hemorragia de varizes no esôfago, o que o levou a fazer 26 transfusões de sangue, e foi em virtude do alcoolismo que morreu.






JAMES ELLROY
(EUA. 1948)

Ícone moderno da literatura policial. Teve a mãe assassinada, num crime sem solução até hoje. Praticou pequenos furtos e delitos, vivendo em meio a problemas policiais. Utilizava drogas como o benzedrex, e álcool, muito álcool.










JEAN COCTEAU
(França. 1889 – 1963)

Poeta, romancista, cineasta, designer, dramaturgo e diretor teatral, abandonou-se ao vício do ópio. O consumo da droga e os seus esforços para deixá-lo afetaram profundamente o seu estilo literário. O seu livro mais famoso, “Os Meninos Diabólicos”, foi escrito numa semana durante uma dolorosa tentativa de abandonar o ópio. Em “Ópio, Diário de Uma Desintoxicação”, narra a experiência da sua recuperação do vício. O relato, que inclui vívidas ilustrações a tinta, alterna entre as suas experiências diárias de ressaca da droga e comentários sobre a sociedade e os acontecimentos do mundo.








JEAN-PAUL SARTRE
(França. 1905 – 1980)

O escritor e filósofo era viciado em uma substancia que alucinou muitos hippies nos anos 1960: a mescalina. Começou a consumi-la em 1935 e, a partir desse momento, libertou-se dos famosos “bloqueios de escritor”. A mescalina teve papel fundamental enquanto escrevia seu livro mais conhecido, “A Náusea”. Como efeitos secundários, era acossado pela alucinação de lagostas que o perseguiam por todos os lados, referindo-se a elas como “minhas pequenas”. Era também viciado em anfetaminas.









JIM CARROLL
(EUA. 1949 – 2009)

Poeta autor de “Diário de Um Adolescente” e músico de punk rock, chegou a se prostituir para manter seu vício em heroína.











JOHN KEATS
(Inglaterra. 1795 – 1821)

Viciado em ópio, sua poesia recria devaneios e visões experimentadas durante transes do narcótico. Faleceu muito cedo, aos 25 anos, deixando uma vasta coleção de obras poéticas.













KEN KESEY
(EUA. 1935 – 2001)

Autor do famoso “Um Estranho no Ninho”, fazia usos de LSD, mescalina, cocaína, peiote, entre outras drogas.














LEWIS CARROLL
(Inglaterra. 1832 – 1898)

Todo mundo conhece “Alice no País das Maravilhas” (1865), que virou filme, peça de teatro e o que mais se possa imaginar. Seu autor, um professor de matemática da Universidade de Oxford, usava drogas alucinógenas e isso influenciou muito o livro, que tem uma narrativa surrealista onde tudo pode acontecer. Uma obra muito divertida, fantástica, e ao mesmo tempo maluca.









LORD BYRON
(Inglaterra. 1788 – 1824)

O célebre poeta romântico com sua figura jovem e bela vivia envolvido em escândalos. Tinha título de nobreza, vida dissoluta, rebeldia, amores bissexuais (entre esses uma ligação incestuosa) e usava drogas - ópio. Porém, toda essa vida conturbada é deixada de lado quando nos deparamos com seus maravilhosos poemas e por sua incontestável qualidade.










PAULO COELHO
(Brasil. 1947)

Nem sempre foi um “mago de luz”, e durante o período que se dedicou ao satanismo, numa de suas épocas mais dark, o renomado autor fez uso de vários tipos de drogas, entre elas cocaína, LSD e maconha.













PHILIP K. DICK
(EUA. 1928 – 1982)

Autor de ficção científica, muito produtivo na década de 1960, gostava de diversos alucinógenos, entre eles o semoxydrine.









ROBERT LOUIS STEVENSON
(Escócia. 1850 – 1894)

Escreveu “O Médico e o Monstro” em seis dias e seis noites num frenesi de cocaína.











SAMUEL COLERIDGE
(Inglaterra. 1772 - 1834)

Láudano e ópio eram as drogas preferidas do autor de “A Balada do Velho Marinheiro”, um dos poemas épicos mais fortemente influenciado pelo uso de drogas. Ele pertencia ao mesmo círculo social de Quincey, que chegou a escrever um ensaio sobre Coleridge e seu uso excessivo de ópio.













STEPHEN KING
(EUA. 1947)

O mais famoso escritor de terror contemporâneo diz não se lembrar muito bem de como escreveu alguns de seus livros, pois na época  - de 1979 a 1987 - andava mal por conta do uso de cocaína e álcool. Seu alcoolismo é até refletido em sua mais célebre obra, “O Iluminado”, na qual Jack Torrance mostra ter problemas com bebidas. Com a agravação do vício, sua família e amigos interviram e desde então ele está sóbrio.










TENNESSEE WILLIAMS
(EUA. 1911 – 1983)

Vencedor do prêmio Pulitzer, suas obras tornaram-se clássicos, referências essenciais para atores e amantes do teatro no mundo inteiro. Era alcoólatra e tinha dependência química de anfetaminas e barbitúricos. Foi encontrado morto num quarto do Hotel Elysée, em Nova York.











THOMAS DE QUINCEY
(Inglaterra. 1785 – 1859)

Sua autobiografia chama-se “Confissões de Um Comedor de Ópio”. Também usava láudano. Quando estava sem se entorpecer, sua produção literária decaia, o que demonstra a importância das drogas em sua vida. Baudelaire foi fortemente influenciado por ele, e em “Paraísos Artificias há diversas citações da biografia deste.










TRUMAN CAPOTE
(EUA. 1924 – 1984)

Morreu por causa dos vícios (álcool, cocaína e barbitúricos). Sua vida foi tão polêmica como grandes foram suas obras, entre elas Bonequinha de Luxo. Pai do romance de “não ficção”, criou um novo gênero literário. Algumas de seus livros foram levados para o cinema. Possuía uma língua afiada e provocativa, cultivando a imagem de escritor maldito. Ele inventou até um “Cocktail Capote”, uma mistura de álcool e barbitúricos. O consumo de álcool o levou a ter muitos problemas pessoais, além de outros com a polícia, que o deteve várias vezes por dirigir bêbado.






W. H. AUDEN
(Inglaterra. 1907 – 1973)

Sempre referido como um dos grandes nomes da poesia do século XX, o poeta era alcoólatra e viciado em benzedrina (atua como estimulante no sistema nervoso central).














WILLIAM FAULKNER
(EUA. 1897 – 1962)

Em 1954, esteve no Brasil, quase sempre bêbado. Certo dia, segundo uma das versões, teria perguntado: “O que estou fazendo em Chicago?” A história de sua visita ao Brasil, quatro anos depois de ter recebido o Nobel de Literatura, é contada, de modo romanceado, no livro “Dias de Faulkner”, de Antônio Dutra. “As ferramentas de que preciso para meu trabalho são papel, tabaco, comida e uísque”, costumava dizer. Viveu episódios terríveis de alcoolismo e foi submetido à terapia do choque elétrico para se curar da depressão. Morreu de um ataque cardíaco induzido por doses exageradas de bourbon.








WILLIAM S. BURROUGHS
(EUA. 1914 – 1997)

Para começo de conversa esse cara escreveu um livro chamado “Junkie”, entre outros clássicos de temática semelhante sob o efeito de drogas. Viciado abusivo de heroína e eukodol, era praticamente um escravo dessas substâncias, chegando a escrever ainda com as agulhas fincadas ao braço. No entanto, estava bêbado, e não chapado, quando atirou em sua esposa, matando-a, enquanto brincava de “Guilherme Tell” com uma arma carregada.