salvador dali |
Amálgama
de coisas e pessoas distintas, metafórico, contraditório, cúmplice,
desajeitado, ambíguo, romântico, preocupado com os deserdados, selvagem e,
segundo o escritor Caio Fernando Abreu, lembro o ator John Gavin.
Incapaz
de lembrar razoavelmente do passado. Vivo o hoje. Canto desafinado, cozinho com
paixão, digito mal, dirijo pior ainda. Choro vendo filmes sobre a II Guerra
Mundial. Adolf Hitler me tira do sério. Não assisto tevê. A favor da família,
da eutanásia, do aborto, do suicídio, do casamento homossexual, e
principalmente da tolerância e do amor. Racistas, pedófilos, fanáticos e
preconceituosos merecem exílio eterno num satélite russo.
Tenho
repulsa ao espírito irônico. Não entendo piadas, não sou patriota e abomino
fronteiras - o mundo deveria ser para todos. Apaixonado pela fauna e flora.
Falo idiomas. Corpo fechado, filho de Oxóssi, geminiano, e sempre, quase sempre
gentil. Medito, orações católicas, mantras budistas, incensos, sal grosso,
banho de manjericão. Jamais tive ídolos, nem mesmo escritores.
Música,
sempre: dependendo da disposição, jazz, bossa-nova, rock psicodélico, erudita,
samba. Não tenho senso de direção, nunca sei o caminho de volta. Acredito em
vultos, entidades, sussurros na escuridão. Subo em escadas rolantes que descem.
Caminhei no Saara, dormi em aldeias perdidas nos séculos, conheço um pouco do
mundo. Cavalgo com algum charme e me ajoelho diante do esplendor da visão
artística. É o que me salva.
Estrelas
cadentes, trovões, raios, chuvarada boa: deixam-me aceso de felicidade. Falo
sozinho. Converso com árvores, abelhas, felinos, flores, colibris, vagalumes.
Acredito em extraterrestres, sereias, dragões, anjos (alguns caídos). Mar e
rio, castelos góticos e aventuras poéticas. Anti shopping-center. Corto-me –
sempre! - ao fazer a barba. Poderosos homens de negócios merecem umas boas
bofetadas, assim como muitos políticos. Coleciono filmes clássicos e emoções
baratas aprisionadas em diários.
Perfumado
noite e dia. Amizade fértil e generosidade me comovem. Meio maluco, mas sempre
amei os doidos. Pra mim, sempre, manga, abacate e mamão; cebola, cominho e
alho. Vinho tinto, seco, de outras terras. Jogo quest, palavras cruzadas,
xadrez, tarôt, I Ching. Mané, zoado, polêmico, criativo, mafioso, dócil, poeta:
Antonio Nahud, muito prazer.
4 comentários:
Do lugar na mente de onde partem as palavras em direção a onde se formam as sentenças, há um abismo onde, de fraquesa, tem despencado tudo: A fala, a escrita a expressão. Mas de um esforço tremendo _ pois é demasiado evidente _ extraio: és incrivel.
Sem palavras...
beijo!
Esqueci de dizer: Muito em (in)comum.
beijo!
Que adorei o "teu retrato"!!!
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