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hieronymus bosch
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Pintar é uma maneira de esquecer a vida.
É um grito na noite, um
riso estrangulado.
GEORGES ROUAULT
A pintura é poesia sem palavras.
VOLTAIRE
A pintura
é uma contemplação apurada e filosófica da vida. Ela está presente na
existência do homem desde os primórdios dos tempos, inicialmente utilizada para
retratar figuras importantes, temas religiosos e históricos. Com os pintores
aprendemos a sentir diferente a natureza, a humanidade e o mundo, reeducando a
razão fria e capitalista. Eles nos ensinam a cortejar, com o peso do
pensamento, a densidade da OBRA de ARTE. E dela aprendemos lições magistrais.
Por vezes caóticas e incompreensíveis ao público leigo, a pintura nasceu para
encantar com beleza, emoção e cor. Afinal, a essência da arte está em despertar
os recantos mais profundos da sensibilidade humana. Existem inúmeros gêneros de
pintura: auto-retrato, ícone, natureza morta, paisagem, retrato, abstrata. Eu
gosto de todos eles. Entre os principais movimentos e correntes artísticas, tem
gente que prefere o surrealismo, outros o impressionismo, fauvismo, cubismo,
expressionismo, concretismo, simbolismo, futurismo ou pop art. Fico entre a
mágica do simbolismo e a crueza do expressionismo.
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sandro botticelli |
Desde os
anos 1980 visito museus. Lembro-me dos primeiros, o Museu de Arte Moderna da
Bahia e o MASP. Na Europa, passei horas prazerosas no Museu do Prado, La Reina
Sofia, Museu do Louvre, Museu d'Orsay, National Gallery, Galeria Uffizi etc.
Sendo assim, de acordo com a longa experiência, poetizo listando as pinturas
mais comoventes. Quase todas vi com meus próprios olhos. Algumas em exposições
itinerantes. Falta ainda apreciar “O Lago”, de Tarsila do Amaral; “Vendedora de
Flores”, de Diego Rivera; “Nighthawks”, de Edward Hopper e “Três Estudos para
Um Crucificação”, de Bacon. Um dia chego lá. Das OBRAS de ARTE selecionadas,
muitas são bem conhecidas, outras nem tanto, mas para mim são realmente as mais
especiais. Cada imagem vem acompanhada da sua data de criação, local onde se
encontra atualmente e autor com país de origem, datas de nascimento e morte.
Veja abaixo:
ANUNCIAÇÃO
(1472)
Galeria Uffizi (Florença, Itália)
SANDRO BOTTICELLI
ALEGORIA da PRIMAVERA
(1482)
Galeria Uffizi (Florença, Itália)
RESSURREIÇÃO de CRISTO
(1502)
HIERONYMUS BOSCH
O JARDIM das DELÍCIAS TERRENAS
(1504)
Museu do Prado (Madri, Espanha)
MICHELANGELO BUONARROTI
(1475 – 1564. Itália)
A CRIAÇÃO de ADÃO
(1511)
Capela Sistina (Roma, Itália)
PAOLO VERONESE
(1528 – 1588. Itália)
VÊNUS e ADONIS
(1582)
Museu do Prado (Madri, Espanha)
CARAVAGGIO
(1571 – 1610. Itália)
NARCISO
(1596)
Galeria Nacional de Arte Antiga (Roma, Itália)
EL GRECO
(1541 – 1614. Grécia)
LAOCOONTE e seus FILHOS
(1614)
National Gallery of
Art (Washington, EUA)
REMBRANDT
(1606 – 1669. Holanda)
A LIÇÃO de ANATOMIA do DR. TULP
(1632)
Mauritshuis (Haia, Holanda)
DIEGO VELÁZQUEZ
(1599 – 1660. Espanha)
As MENINAS
(1656)
Museu do Prado (Madri, Espanha)
JOHANNES VERMEER
(1632 – 1675. Holanda)
MOÇA com BRINCO de PÉROLA
(1665)
Mauritshuis (Haia, Holanda)
O GUARDA-SOL
(1777)
Museu do Prado (Madri, Espanha)
CASPAR DAVID FRIEDRICH
(1774 – 1840. Alemanha)
CAMINHANTE SOBRE o MAR de NÉVOA
(1818)
Kunsthalle Hamburg (Hamburgo, Alemanha)
JEAN AUGUSTE DOMINIQUE INGRES
(1780 – 1867. França)
ROGÉRIO SALVANDO ANGÉLICA
(1819)
Museu do Louvre (Paris, França)
WILLIAM BLAKE
(1757 – 1827. Inglaterra)
O TURBILHÃO dos AMANTES
(1827)
Weston Park Museum (Londres, Inglaterra)
JOHN EVERETT MILLAIS
(1829 – 1896. Inglaterra)
OFÉLIA
(1852)
Tate Modern (Londres,
Inglaterra)
PIERRE-AUGUSTE RENOIR
(1841 – 1919. França)
O BAILE no MOULIN de la GALETTE
(1876)
Musée d'Orsay (Paris, França)
GUSTAVE MOREAU
(1826 – 1898. França)
A APARIÇÃO
(1876)
Museu do Louvre (Paris, França)
VINCENT VAN GOGH
(1853 – 1890. Holanda)
A NOITE ESTRELADA
(1889)
Museu de Arte Moderna (Nova Iorque, EUA)
HYLAS e as NINFAS
(1896)
Manchester Art
Gallery (Inglaterra)
PAUL GAUGUIN
(1848 – 1903. França)
VAIRUMATI
(1896)
Musée d'Orsay (Paris, França)
PAUL CÉZANNE
(1839 – 1906. França)
MAÇÃS e LARANJAS
(1900)
Musée d'Orsay (Paris, França)
HENRI MATISSE
(1869 – 1954. França)
A SALA VERMELHA
(1908)
Museu Hermitage de São Petersburgo (Rússia)
GUSTAV KLIMT
(1862 - 1918. Áustria)
O BEIJO
(1908)
Österreichische Galerie Belvedere (Viena, Áustria)
MARC CHAGALL
(1887 – 1985. Rússia)
O ANIVERSÁRIO
(1915)
Museu de Arte Moderna (Nova Iorque, EUA)
AMADEO MODIGLIANI
(1884 – 1920. Itália)
NUA DEITADA
(1918)
O LAGO
(1928)
Coleção Hecilda e Sergio Fadel (Rio de Janeiro, Brasil)
PAUL KLEE
(1879 – 1940. Suíça)
CASTELO e SOL
(1928)
Coleção Particular
PABLO PICASSO
(1881 – 1973. Espanha)
GAROTA DIANTE de um ESPELHO
(1932)
Museu de Arte Moderna (Nova Iorque, EUA)
GEORGIA O’ KEEFFE
(1887 – 1986. EUA)
RAM'S HEAD WHITE
HOLLYHOCK and LITTLE HILLS
(1935)
The Brooklyn Museum (Nova Iorque, EUA)
PAUL DELVAUX
(1897 – 1994. Bélgica)
MULHERES-ÁRVORES
(1937)
Coleção Peggy Guggenheim (Nova Iorque, EUA)
CÂNDIDO PORTINARI
(1903 – 1962. São Paulo)
LAVRADOR de CAFÉ
(1939)
MASP (São Paulo, Brasil)
DIEGO RIVERA
(1886 – 1957. México)
VENDEDORA de FLORES
(1941)
Norton Simon Museu (Pasadena, Califórnia, EUA)
EDWARD HOPPER
(1882 – 1967. EUA)
NIGHTHAWKS
(1942)
Art Institute of
Chicago Building (Chicago, EUA)
FRIDA KAHLO
(1907 – 1954. México)
AUTO-RETRATO
(1948)
Coleção do dr. Samuel Fastlicht (Cidade do México, México)
FRANCIS BACON
(1909 – 1992. Irlanda)
TRÊS ESTUDOS para uma CRUCIFICAÇÃO
(1962)
Solomon R. Guggenheim Museum (Nova Iorque, EUA)
10 comentários:
MARAVILHOSAS!!!! UM DELEITE PARA OS OLHOS
Belíssimo!
Belíssima seleção.
Sobre a célebre pintura de Diego Velásquez, Las Niñas" (As Meninas), que vi no Museu do Prado, em Madri, escrevi um poema em que vislumbro algo de construtivista nesta obra-prima do barroco espanhol. Ei-lo:
CONSTRUTOR VELÁSQUEZ
Ermo (fundo em luz baça),
o teatro de pedra,
a gruta, onde se funde
espaço com memória.
Espelho mudo, ao fim,
reflete reis, anãos.
Las Meninas, ali
princesas de adereços
grávidas, aias e o cão;
servos que, por Lisboa,
remetem para el-rei
prata e ouro de ultramar.
Ou a própria Vênus,
já sem o olhar do anjo,
Cupido frustro de asas,
em vácuo, antes desejo.
E bem mais: entre pompas,
ágil potro cimeiro,
sem o duque, despojos
de indelével batalha.
Tudo conforma espaço:
extrato comovente,
com que o tempo liberta
(desenclausura) o olhar.
Aqui despojamentos
(plenitude de tons),
só volume e linha – olho
de Cézanne, construtor.
Decerto ali Duchamp,
Ernst, Picabia, Mondrian,
os que dão permanência
à sombra do que passa.
Máximo instante, enfim:
da garra do conceito
corpo e alma se percebem
de som e verbo ausentes.
E, atenta a prescrições
que elidem labirintos,
pela primeira vez,
a mão humana pensa.
(21 jan. 2002)
Gratidão pelo post.
O quadro das meninas de Velásquez é maravilhoso!
Acho que poucas pessoas podem dizer que realmente conhecem o Hermitage. Numa visita de 4 horas só consegui ter uma vaga noção da grandeza desse museu. É fantástico!
Visitei a residência de inverno dos Romanov quando estive em São Petersburgo. O Hermitage é belíssimo e o acervo (150.000 peças) é espetacular. Para ver tudo você precisa de dias mas o pouco que vi me causou uma impressão profunda. Até por toda a história que aqueles salões presenciaram antes de virarem museu. Se tiver oportunidade não deixe de ir São Petersburgo é imperdivel!
Hieronymus Bosch no seu " jardim das delícias" .unior vc me fez voltar a infância...meus pais tinham a coleção genios da pintura e eu adorava olhar as pinturas de Bosh,um pintor além de seu tempo .
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