Uma Afeição, amadurecida pelos anos,
nos envolve. É o melhor presente que a vida
– a vida natural – tem para nos dar.
C. S. LEWIS
(1898 – 1963. Belfast / Reino Unido)
Os Quatro Amores (1960)
Os que desejam bem aos seus amigos
são os mais verdadeiramente amigos,
porque o fazem em razão
da sua própria natureza.
ARISTÓTELES
(384 a.C. – 322 a.C. Estagira / Grécia)
Ética à Nicômaco (335 a.C. e 322 a.C.)
Ilustrações:
MAX BECKMANN
(1884 - 1950. Lípsia / Alemanha)
MAX BECKMANN
(1884 - 1950. Lípsia / Alemanha)
aos
amigos que partiram e continuam comigo.
seja duradoura ou passageira, muito forte ou incomum,
toda e qualquer amizade é sempre significativa.
seja duradoura ou passageira, muito forte ou incomum,
toda e qualquer amizade é sempre significativa.
Valorizo
a vida. Sei que ela é mais cativante quando compartilhada, mas compreendo
também que a aproximação tem que valer a pena. Por isso, me declaro seletivo e
consciente. Aprendi a viver sozinho, lidando bem com a solitude. Sendo assim, a
maturidade emocional me leva a refletir sobre temas como os desafios da AMIZADE.
A expectativa das relações humanas muda com o tempo. Sabemos melhor o que queremos
e o que não queremos. Atravessei mudanças importantes. Durante boa parte da vida, fui um homem de muitos
amigos, que valorizava intensamente a AMIZADE. Dialogávamos sem ressentimentos, sem ódio das
diferenças e dos diferentes. Sim, sei que uma relação de AMIZADE é sintonia de princípios,
de partilha de interesses, mas ela se modifica. Eu acreditava que uma existência
sem uma infinitude de amigos, sem compartilhar alegrias e dores, era uma tristeza,
quase uma tragédia shakespeareana. Sempre tive amigos-irmãos aos quais era grudado; e
a nossa intimidade era iluminada por companheirismo, cumplicidade e aventuras insólitas. Com
o encantamento proporcionado por eles, acreditei que um dos segredos de estar
bem era conviver com quem partilha alegrias.
Uma característica das verdadeiras AMIZADES é que elas jamais perdem o vigor. Como morei em diversas cidades e cinco países diferentes, costumava ficar distante de certos amigos de muitos anos, mas ao reencontrá-los era como se nunca nos tivéssemos separado: o carinho, a consideração, as brincadeiras… enfim, a chama da AMIZADE reascendia imediatamente e um grande baú de memórias trazia lembranças revigorantes. Ainda jovem, aprendi sobre a AMIZADE lendo e estudando o grego Aristóteles e o irlandês C. S. Lewis. Esses autores me fizeram compreender que a AMIZADE verdadeira só existe quando há afinidade, honestidade e lealdade. Na juventude, raramente falava sobre política com amigos, era um tema que não nos seduzia. Com o passar dos anos, o destino me separou desse grupo vazio, seja pela deslealdade de alguns ou pela minha própria frivolidade juvenil. No entanto, foi imediatamente substituído por outros insensatos. Passei décadas na companhia de uma multidão de supostos amigos. Ao finalmente me politizar, por volta de 2013, compreendi que o contemporâneo é caracterizado pelo individualismo e, consequentemente, pelo egoísmo.
Uma característica das verdadeiras AMIZADES é que elas jamais perdem o vigor. Como morei em diversas cidades e cinco países diferentes, costumava ficar distante de certos amigos de muitos anos, mas ao reencontrá-los era como se nunca nos tivéssemos separado: o carinho, a consideração, as brincadeiras… enfim, a chama da AMIZADE reascendia imediatamente e um grande baú de memórias trazia lembranças revigorantes. Ainda jovem, aprendi sobre a AMIZADE lendo e estudando o grego Aristóteles e o irlandês C. S. Lewis. Esses autores me fizeram compreender que a AMIZADE verdadeira só existe quando há afinidade, honestidade e lealdade. Na juventude, raramente falava sobre política com amigos, era um tema que não nos seduzia. Com o passar dos anos, o destino me separou desse grupo vazio, seja pela deslealdade de alguns ou pela minha própria frivolidade juvenil. No entanto, foi imediatamente substituído por outros insensatos. Passei décadas na companhia de uma multidão de supostos amigos. Ao finalmente me politizar, por volta de 2013, compreendi que o contemporâneo é caracterizado pelo individualismo e, consequentemente, pelo egoísmo.
A verdade
é que não há ninguém que tenha de fato mais do que 10, 12 amigos. Tem
conhecidos, colegas. As AMIZADES, em grande medida, são superficiais, como rasa
é a própria existência. E, nesse vácuo de compreensão, compartilhava diversões
e conversas banais, mas não partilhava o que realmente importa. De repente, enxerguei
o assédio de figuras hostis ou estranhas. Todos mascarados. A hostilidade é
fácil de entender: eu, um conservador, entre colegas comunistas. Já a
estranheza era mais sutil. Não havia ofensa, apenas desencontro. Na época,
descobri que o mundo moderno ignora o valor da AMIZADE. E de lá para cá, piorou
muito. A geração atual vive num deserto de amigos. Muito provavelmente por um
motivo muito simples, que confirma a tese de Aristóteles de dois mil e
trezentos anos atrás: de que se não há virtude, não pode haver verdadeira AMIZADE.
Assim como a virtude deixou de ser uma aspiração necessária, as AMIZADES recentes
se resumem à mera utilidade – o prazer, o tribal, os vícios e o oportunismo. No
pacote sinistro, AMIZADES destruídas pela ganância, pelo egoísmo e pelas ideologias insensíveis.
Sem pessoas que compartilham de um mesmo amor pela verdade e pelo bem, sem os amigos adequados, acabei me unindo aos que ofereciam companhia e vínculo afetivo, mas ao custo de corromper minha própria personalidade. Trair a si mesmo por uma esmola de afeto e pertencimento, é um preço muito alto. É preciso merecer a AMIZADE que temos. E merecimento está ligado a sentimento, a dedicação, a autenticidade, só assim vale. Arquivei por muito tempo, em silêncio, a insatisfação. Recebia em casa ou me juntava em eventos e baladas com abomináveis, mas não ousava me rebelar. Na época, iniciava-se no Brasil um fenômeno indesejável, o discurso de ódio, que separa definitivamente as pessoas. Esse discurso machuca. Há muitos feridos pela linguagem. Em 2018, ao aderir densamente à campanha de Jair Messias Bolsonaro à Presidência da República, um político que admiro, as máscaras caíram e 95% dos parceiros de ilusões se revelaram intolerantes esquerdistas, dos mais íntimos aos apenas conhecidos, do mais imbecil ao mais comedido.
Na turma frívola não houve ofensas, tampouco conversas sérias, mas um descarte, um afastamento radical. Alguns desses eu conhecia desde a juventude, hospedaram-se comigo, amparei-os em situações de risco, viajamos juntos, evitei abortos, incentivei relações amorosas, emprestei dinheiro, arranjei emprego etc. Sabiam tudo sobre a minha vida e eu sobre a vida deles. Seus vícios, infelicidades e luxúria. Inicialmente essa ingratidão me assustou, mas me agarrei ao intelecto e a espiritualidade para não sofrer e aproveitei o infortúnio para reciclar minha própria personalidade maltratada, ignorando a crueldade ideológica dos ex-amigos. Sabia que não era um fascista, um nazista, um reacionário, muito pelo contrário. Esse ataque verbal é insulto instantâneo. Quem é injuriado, é alvejado com um rótulo que o discrimina. Desconsiderei essa questão sombria, que faz parte de almas vazias e sórdidas contradições humanas, seguindo sob a perspectiva conservadora saudável, sem rancor, sem ofender os companheiros do passado. Simplesmente evitei pensar neles.
Sem pessoas que compartilham de um mesmo amor pela verdade e pelo bem, sem os amigos adequados, acabei me unindo aos que ofereciam companhia e vínculo afetivo, mas ao custo de corromper minha própria personalidade. Trair a si mesmo por uma esmola de afeto e pertencimento, é um preço muito alto. É preciso merecer a AMIZADE que temos. E merecimento está ligado a sentimento, a dedicação, a autenticidade, só assim vale. Arquivei por muito tempo, em silêncio, a insatisfação. Recebia em casa ou me juntava em eventos e baladas com abomináveis, mas não ousava me rebelar. Na época, iniciava-se no Brasil um fenômeno indesejável, o discurso de ódio, que separa definitivamente as pessoas. Esse discurso machuca. Há muitos feridos pela linguagem. Em 2018, ao aderir densamente à campanha de Jair Messias Bolsonaro à Presidência da República, um político que admiro, as máscaras caíram e 95% dos parceiros de ilusões se revelaram intolerantes esquerdistas, dos mais íntimos aos apenas conhecidos, do mais imbecil ao mais comedido.
Na turma frívola não houve ofensas, tampouco conversas sérias, mas um descarte, um afastamento radical. Alguns desses eu conhecia desde a juventude, hospedaram-se comigo, amparei-os em situações de risco, viajamos juntos, evitei abortos, incentivei relações amorosas, emprestei dinheiro, arranjei emprego etc. Sabiam tudo sobre a minha vida e eu sobre a vida deles. Seus vícios, infelicidades e luxúria. Inicialmente essa ingratidão me assustou, mas me agarrei ao intelecto e a espiritualidade para não sofrer e aproveitei o infortúnio para reciclar minha própria personalidade maltratada, ignorando a crueldade ideológica dos ex-amigos. Sabia que não era um fascista, um nazista, um reacionário, muito pelo contrário. Esse ataque verbal é insulto instantâneo. Quem é injuriado, é alvejado com um rótulo que o discrimina. Desconsiderei essa questão sombria, que faz parte de almas vazias e sórdidas contradições humanas, seguindo sob a perspectiva conservadora saudável, sem rancor, sem ofender os companheiros do passado. Simplesmente evitei pensar neles.
As
gloriosas AMIZADES que se supõem que existiam e, por conta da polarização,
foram rompidas, não eram AMIZADES. Não me preocupei em saber o que houve, jamais
procurei os ingratos, não me revoltei com a deslealdade, não me vinguei, não
persegui, não falei mal. Esqueci, risquei do mapa emotivo, deixaram de existir
na minha bolha. Sem passado, presente ou futuro. Sem sofrimento ou lamentações.
Aprendi a ser assim. Cada um que se responsabilize por suas ações e escolhas. Romper
laços com quem já esteve intimamente unido não precisa resultar em luto ou
mágoa, há caminhos além do suplício. Um amigo é alguém com quem escolhemos
caminhar juntos, mas se há um colapso afetivo, é vida que segue. Considero a AMIZADE como
necessária ao coração e elemento constituinte expressivo dos artifícios da felicidade
fugaz. Houve um tempo em que a sociedade valorizava o caráter, a honra, a idoneidade, todos
aqueles atributos que poderiam ser sintetizados no verbete virtude. Infelizmente
são méritos praticamente ultrapassados.
Aos poucos, transige-se com o intangível para a incessante busca do tangível. A matéria, o dinheiro, o poder, a fama. Nessa corrida insana, impera a sensação de que a humanidade se desumaniza, torna-se fria e calculista. A AMIZADE se tornou sinônimo de interesse. As aproximações se fazem após análise do que resultará de eventual convívio. Os laços construídos artificialmente não resistem a tempestades, porque desprovidos de substância ou de sentimento. O que acontece, então, quando um laço de AMIZADE se desfaz? O mais sensato é a aceitação. Os chineses dizem que nunca devemos voltar ao lugar onde fomos felizes, porque vai nos entristecer, dado que não nos encontraremos nesse local, já que não é mais aquele tempo. Nesse sentido, é aceitável que as relações sofram alterações. Ao longo da nossa jornada, as AMIZADES nascem e se extinguem. Faz parte do jogo. Elas carregam a ilusão de permanência, a sensação de que vai durar para sempre, de que seguiremos juntos até o fim, sem dramáticas ou infames despedidas. Na realidade não é assim.
A vida muda, e com ela se alteram as prioridades: trocas de cidades, casamentos, filhos, trabalho de muitas horas, rotinas que pouco deixam espaço para vínculos que antes pareciam eternos. Às vezes, há rompimentos explícitos, desentendimentos que racham a confiança; outras vezes, a AMIZADE se desfaz em silêncio, deixando apenas a sensação de vazio. É preciso aceitá-lo como parte natural do humano, o fim de uma AMIZADE deve ser processado sem desespero. Acabada por qualquer que seja o motivo e por iniciativa de qualquer uma das partes, é absolutamente trivial, mesmo se tratando da perda de um sujeito que estava nas celebrações e dificuldades da nossa vida. Outros estão simplesmente dentro de nós, aqueles que já se foram, mas continuam conosco. O poeta Carlos Drummond de Andrade dizia isso, “Do lado esquerdo carrego meus mortos. Por isso caminho um pouco de banda”. Tenho diversos amigos que já partiram e continuam comigo. Quando surge um sonho em conjunto ou uma lembrança inesperada, converso como se ele estivesse ouvindo.
Aos poucos, transige-se com o intangível para a incessante busca do tangível. A matéria, o dinheiro, o poder, a fama. Nessa corrida insana, impera a sensação de que a humanidade se desumaniza, torna-se fria e calculista. A AMIZADE se tornou sinônimo de interesse. As aproximações se fazem após análise do que resultará de eventual convívio. Os laços construídos artificialmente não resistem a tempestades, porque desprovidos de substância ou de sentimento. O que acontece, então, quando um laço de AMIZADE se desfaz? O mais sensato é a aceitação. Os chineses dizem que nunca devemos voltar ao lugar onde fomos felizes, porque vai nos entristecer, dado que não nos encontraremos nesse local, já que não é mais aquele tempo. Nesse sentido, é aceitável que as relações sofram alterações. Ao longo da nossa jornada, as AMIZADES nascem e se extinguem. Faz parte do jogo. Elas carregam a ilusão de permanência, a sensação de que vai durar para sempre, de que seguiremos juntos até o fim, sem dramáticas ou infames despedidas. Na realidade não é assim.
A vida muda, e com ela se alteram as prioridades: trocas de cidades, casamentos, filhos, trabalho de muitas horas, rotinas que pouco deixam espaço para vínculos que antes pareciam eternos. Às vezes, há rompimentos explícitos, desentendimentos que racham a confiança; outras vezes, a AMIZADE se desfaz em silêncio, deixando apenas a sensação de vazio. É preciso aceitá-lo como parte natural do humano, o fim de uma AMIZADE deve ser processado sem desespero. Acabada por qualquer que seja o motivo e por iniciativa de qualquer uma das partes, é absolutamente trivial, mesmo se tratando da perda de um sujeito que estava nas celebrações e dificuldades da nossa vida. Outros estão simplesmente dentro de nós, aqueles que já se foram, mas continuam conosco. O poeta Carlos Drummond de Andrade dizia isso, “Do lado esquerdo carrego meus mortos. Por isso caminho um pouco de banda”. Tenho diversos amigos que já partiram e continuam comigo. Quando surge um sonho em conjunto ou uma lembrança inesperada, converso como se ele estivesse ouvindo.
O amigo é
o espelho que reflete partes de nós mesmos e, quando esse reflexo se quebra,
somos deixados com a sensação de ter perdido algo precioso. No entanto, se o
fim de uma AMIZADE representa a perda de uma ligação emocional profunda, há
potencial para seguir outros caminhos e para evitar perguntas sem respostas, tipo
“Por que nos afastamos?”, “Será que poderia ter sido diferente?”. O
amadurecimento tem como estratégia evitar o conflito. Amadurecer, aqui, é
reconhecer uma perda e encará-la, tirando dela o que pode haver de positivo. O
luto por uma AMIZADE, quando validado, oferece um convite à reflexão sobre o
que realmente valorizamos nas pessoas ao nosso redor. Ao enfrentarmos a traição
ou o distanciamento, começamos a entender que, assim como nas relações
familiares, as AMIZADES têm ciclos, e que, embora algumas se percam, outras se
renovam. E, de alguma forma, o afastamento se mistura com as experiências de
vida, criando um espaço para novas conexões e entendimentos. É essencial aceitar
que, mesmo com o afastamento, os
indivíduos que passaram por nós deixam marcas.
O importante é ter força para continuar amando. O que resta, pois, é seguir com a consciência de que a vida e a AMIZADE têm sua própria maneira de se reinventar. Dizem que a AMIZADE é um componente essencial dessa jornada existencial surpreendente de altos e baixos. Dizem também que quem tem um amigo tem um tesouro. Quem já não ouviu isso? Mas será que ainda existem AMIZADES no mundo de interesses em que nossa sociedade imediatista, consumista, narcisista e egoísta se transformou? Quiçá ter um amigo é ter um farol que ilumina nosso caminho para um destino de virtudes e luz. E, evidente, para fazermos o mesmo pelo outro: iluminarmos e apoiarmos sempre que os fins e os meios forem corretos. O amigo virtuoso tem princípios, é corajoso e nos fala o que deve ser dito. Para Plutarco, o verdadeiro amigo não tem medo de apontar erros, nem de nos desagradar se estivermos agindo desonradamente. A vida é breve, não há tempo a perder com modismos e vaidades inúteis. No entanto, a humanidade regride em termos daquilo do que realmente importa.
Nos últimos anos, em nome da sinceridade e da honestidade intelectual eu sepultei definitivamente as AMIZADES sinistras. Apaguei dezenas de números de celular, deletei retratos, deixei de frequentar antros apodrecidos. Era um mundo egoísta, vazio, drogado, decadente. Abandonei sujeitos caricatos que não faziam sentido, me usavam e nem mesmo me divertiam. Peças de uma engrenagem a que não mais pertenço. Ética é matéria-prima em falta neste Brasil onde tudo sobra. A ciência do comportamento moral do cidadão inútil na sociedade em um ringue de luta livre em que todos se devoram. Fatigado, me despedi das trevas em que era vampirizado. Não era possível continuar em companhias que apoiam corruptos e tiranos, fechando os olhos aos seus maus feitos, pelo simples fato de que garantem modismos, tribos urbanas, boquinhas, mamatas públicas. Como querer bem a alienados? Como recebê-los em casa ou sair com eles noite adentro? Abdiquei, portanto, das festas, dos vícios, dos encontros literários, de entrevistas, de colunas sociais, do mundo dos aplausos, da fama caipira. Permaneço à parte, distante desse Sistema apodrecido que um dia conheci de perto.
Essa corja se apresentava como amigos, mas nunca foram. Eram um conhecimento, uma convivência. Deploro a hipocrisia e a maldade dos esquerdistas, alimentada por interesses ocultos. Sei que é vergonhoso o destilar do ódio, a intolerância em relação a quem pensa de forma diversa, mas nunca foi o meu caso, apenas rejeito a companhia nefasta deles. A aventura existencial é efêmera. E frágil. Quantas AMIZADES não ficaram às margens do caminho, com uma precocidade inexplicável? Onde foi parar a aura das boas ações desse povo sem Deus? O tempo, implacável, segue seu curso. Houve uma época em que acreditei ter dezenas de amigos, uma mera ilusão, hoje conto nos dedos os laços amigáveis, e não me surpreenderia se um ou outro desaparecesse a qualquer momento. Enxergo a impermanência do mundo físico. Tudo vai desaparecer. Aqueles que amamos irão embora. Nós partiremos. Portanto, utilizo as horas com gratidão e densidade, além das conspirações, tentando melhorar a cada dia meu ser e meu ofício. O resto é completa perda de tempo.
O importante é ter força para continuar amando. O que resta, pois, é seguir com a consciência de que a vida e a AMIZADE têm sua própria maneira de se reinventar. Dizem que a AMIZADE é um componente essencial dessa jornada existencial surpreendente de altos e baixos. Dizem também que quem tem um amigo tem um tesouro. Quem já não ouviu isso? Mas será que ainda existem AMIZADES no mundo de interesses em que nossa sociedade imediatista, consumista, narcisista e egoísta se transformou? Quiçá ter um amigo é ter um farol que ilumina nosso caminho para um destino de virtudes e luz. E, evidente, para fazermos o mesmo pelo outro: iluminarmos e apoiarmos sempre que os fins e os meios forem corretos. O amigo virtuoso tem princípios, é corajoso e nos fala o que deve ser dito. Para Plutarco, o verdadeiro amigo não tem medo de apontar erros, nem de nos desagradar se estivermos agindo desonradamente. A vida é breve, não há tempo a perder com modismos e vaidades inúteis. No entanto, a humanidade regride em termos daquilo do que realmente importa.
Nos últimos anos, em nome da sinceridade e da honestidade intelectual eu sepultei definitivamente as AMIZADES sinistras. Apaguei dezenas de números de celular, deletei retratos, deixei de frequentar antros apodrecidos. Era um mundo egoísta, vazio, drogado, decadente. Abandonei sujeitos caricatos que não faziam sentido, me usavam e nem mesmo me divertiam. Peças de uma engrenagem a que não mais pertenço. Ética é matéria-prima em falta neste Brasil onde tudo sobra. A ciência do comportamento moral do cidadão inútil na sociedade em um ringue de luta livre em que todos se devoram. Fatigado, me despedi das trevas em que era vampirizado. Não era possível continuar em companhias que apoiam corruptos e tiranos, fechando os olhos aos seus maus feitos, pelo simples fato de que garantem modismos, tribos urbanas, boquinhas, mamatas públicas. Como querer bem a alienados? Como recebê-los em casa ou sair com eles noite adentro? Abdiquei, portanto, das festas, dos vícios, dos encontros literários, de entrevistas, de colunas sociais, do mundo dos aplausos, da fama caipira. Permaneço à parte, distante desse Sistema apodrecido que um dia conheci de perto.
Essa corja se apresentava como amigos, mas nunca foram. Eram um conhecimento, uma convivência. Deploro a hipocrisia e a maldade dos esquerdistas, alimentada por interesses ocultos. Sei que é vergonhoso o destilar do ódio, a intolerância em relação a quem pensa de forma diversa, mas nunca foi o meu caso, apenas rejeito a companhia nefasta deles. A aventura existencial é efêmera. E frágil. Quantas AMIZADES não ficaram às margens do caminho, com uma precocidade inexplicável? Onde foi parar a aura das boas ações desse povo sem Deus? O tempo, implacável, segue seu curso. Houve uma época em que acreditei ter dezenas de amigos, uma mera ilusão, hoje conto nos dedos os laços amigáveis, e não me surpreenderia se um ou outro desaparecesse a qualquer momento. Enxergo a impermanência do mundo físico. Tudo vai desaparecer. Aqueles que amamos irão embora. Nós partiremos. Portanto, utilizo as horas com gratidão e densidade, além das conspirações, tentando melhorar a cada dia meu ser e meu ofício. O resto é completa perda de tempo.
DEZ
FRASES SOBRE a AMIZADE
01
É triste e amargo o brusco despedaçar
das amizades longamente cimentadas.
ALUÍSIO AZEVEDO
(1857 – 1913. São Luís / Maranhão)
02
A amizade supõe identidade de interesses.
EÇA de QUEIROZ
(1845 – 1900. Póvoa de Varzim / Portugal)
03
São os amigos que conservam tudo
que pode um dia nos fazer mal.
JOAQUIM NABUCO
(1849 – 1910. Recife / Pernambuco)
04
O interesse é o irmão de muitas amizades.
MACHADO de ASSIS
(1839 – 1908. Rio de Janeiro / RJ)
05
Amizade sincera e pura é coisa tão bonita e rara,
que quem as encontra está na obrigação
de tudo fazer para conservá-la.
MONTEIRO LOBATO
(1882 - 1948. Taubaté / São Paulo)
06
A amizade é uma benevolência recíproca,
que torna os seres humanos igualmente cuidadosos
da felicidade um do outro.
PLATÃO
(428 a.C. - 347 a.C. Atenas / Grécia)
07
Não há inimizades tão ruins quanto as da ingratidão,
ou as da malignidade gratuita.
RUI BARBOSA
(1849 – 1923. Salvador / Bahia)
08
Tiramos a grandeza da amizade,
quando nela vemos um meio de ganhar alguma coisa.
SÊNECA
(4 a.C. – 65 a.C. Córdoba / Espanha)
09
Devemos ser honestos em palavras e atos,
pois o ímpio não tem amigos virtuosos.
SÓCRATES
(470 a.C. - 399 a.C. Alópece / Grécia)
10
A amizade é o bálsamo da vida.
VOLTAIRE
(1694 – 1778. Paris / França)
01
É triste e amargo o brusco despedaçar
das amizades longamente cimentadas.
ALUÍSIO AZEVEDO
(1857 – 1913. São Luís / Maranhão)
02
A amizade supõe identidade de interesses.
EÇA de QUEIROZ
(1845 – 1900. Póvoa de Varzim / Portugal)
03
São os amigos que conservam tudo
que pode um dia nos fazer mal.
JOAQUIM NABUCO
(1849 – 1910. Recife / Pernambuco)
04
O interesse é o irmão de muitas amizades.
MACHADO de ASSIS
(1839 – 1908. Rio de Janeiro / RJ)
05
Amizade sincera e pura é coisa tão bonita e rara,
que quem as encontra está na obrigação
de tudo fazer para conservá-la.
MONTEIRO LOBATO
(1882 - 1948. Taubaté / São Paulo)
06
A amizade é uma benevolência recíproca,
que torna os seres humanos igualmente cuidadosos
da felicidade um do outro.
PLATÃO
(428 a.C. - 347 a.C. Atenas / Grécia)
07
Não há inimizades tão ruins quanto as da ingratidão,
ou as da malignidade gratuita.
RUI BARBOSA
(1849 – 1923. Salvador / Bahia)
08
Tiramos a grandeza da amizade,
quando nela vemos um meio de ganhar alguma coisa.
SÊNECA
(4 a.C. – 65 a.C. Córdoba / Espanha)
09
Devemos ser honestos em palavras e atos,
pois o ímpio não tem amigos virtuosos.
SÓCRATES
(470 a.C. - 399 a.C. Alópece / Grécia)
10
A amizade é o bálsamo da vida.
VOLTAIRE
(1694 – 1778. Paris / França)















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